A Cada 50 Cigarros Ocorre Uma Mutação de DNA por Célula do Pulmão

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Os números estão aí. Agora podemos saber com precisão quantas mutações de DNA relacionadas ao câncer se acumulam nos órgãos de fumantes ao longo do tempo. Em média, há uma mutação de DNA por célula pulmonar por cada 50 cigarros fumados, de acordo com uma nova análise.

As pessoas que fumam um maço de 20 cigarros por dia durante um ano geram as seguintes mutações por célula em diferentes órgãos do corpo:

Estudos epidemiológicos relacionaram previamente o tabagismo com pelo menos 17 tipos de câncer, mas esta é a primeira vez que os pesquisadores conseguem quantificar os danos moleculares ao DNA.

Ludmil Alexandrov, do Los Alamos National Laboratory, em Novo México, e seus auxiliares chegaram a este resultado através da comparação do DNA do tumor de 2500 fumantes e 1000 não fumantes. Isso permitiu identificar quais mutações foram associadas ao tabagismo.

Teoricamente, cada mutação do DNA tem o potencial de desencadear uma série de danos genéticos que fazem com que as células se tornem cancerosas. No entanto, ainda não se sabe qual é a probabilidade de uma única mutação de DNA relacionada ao tabagismo se transformar em câncer, ou quais tipos de mutações são provavelmente mais malignos. “Esta é uma pesquisa que ainda estamos buscando”, diz Alexandrov.

Roleta russa

Alguns fumantes nunca desenvolvem câncer, apesar de acumularem milhares de mutações, mas isso é meramente pura sorte, segundo Alexandrov. “Fumar é como jogar roleta russa: quanto mais você joga, maior a chance de as mutações atingirem os genes certos e você desenvolver câncer”, diz ele. “No entanto, sempre haverá pessoas que fumam muito e as mutações não atingem os genes certos”.

A equipe espera que suas descobertas encoragem as pessoas a não fumar e a derrubar o mito de que o ‘tabagismo social’ é inofensivo. Cada cigarro fumado tem o potencial de causar mutações genéticas, diz Alexandrov.

Parar de fumar não inverterá essas mutações – elas deixam cicatrizes permanentes no DNA -, mas evitará o risco adicional de mais mutações, segundo Alexandrov.

Há boas evidências de que as pessoas que param de fumar têm um risco significativamente menor de morte prematura do que aqueles que continuam, diz Simon Chapman, da Universidade de Sydney, na Austrália.

Por exemplo, um estudo do Reino Unido que acompanhou 35 mil homens durante meio século descobriu que o fumo reduziu 10 anos da expectativa de vida média dos participantes. Porém, deixar de fumar aos 30 anos quase sempre eliminou o risco de morte prematura, enquanto largar o cigarro aos 50 anos diminuiu pela metade.

“Muitos fumantes acreditam que não adianta parar porque o dano já está feito”, diz Chapman. “Mas se os fumantes pararem lá pela meia idade, eles podem evitar quase todo o excesso do risco de morte causada pelo cigarro”.

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