Alergia à Proteína do Leite – O Que Comer, Sintomas e Receitas
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As alergias alimentares afetam muitas pessoas e são doenças relacionadas ao sistema imunológico, podendo gerar sérios problemas de saúde e causando muitos transtornos para a vida e a rotina destas pessoas. Acredita-se que cerca de um quinto da população tenha algum tipo de reação adversa aos alimentos, estimando-se que entre 3 e 4% da população tenha efetivamente alguma alergia alimentar.
Conheça abaixo o que é a alergia à proteína do leite, entenda os sintomas deste problema e aprenda mais sobre o que comer e quais os alimentos permitidos na dieta de quem sofre esta condição.
O que é a alergia à proteína do leite?
A alergia à proteína do leite é caracterizada pela reação adversa que ocorre no organismo devido a um componente proteico presente neste alimento e que ativa diversos processos no sistema imunológico. Este tipo de alergia não tem cura e ocorre normalmente nos primeiros anos de vida, pois o aparelho digestório ainda está em formação, assim como o sistema imunológico, sendo fatores importantes para que a doença se desenvolva e se estabeleça.
De acordo com a Sociedade Europeia de Gastroenterologia, Hepatologia e Nutrição Pediátrica (ESPGHAN), a alergia à proteína do leite é o tipo de alergia alimentar mais comum durante a infância, com prevalência de sintomas em torno de 6% das crianças menores de 3 anos e de 3,5% em adultos.
Estudos mostram que as principais causas estão relacionadas a fatores genéticos, à exposição precoce às proteínas do leite, assim como às mudanças dos hábitos alimentares.
As proteínas são fundamentais para o organismo, participando da produção de enzimas, dos músculos, de hormônios, dos tecidos e também de outras proteínas. Elas são formadas por aminoácidos e possuem algumas regiões chamadas de epítopos, que são as regiões mais alergênicas das proteínas alimentares, sendo reconhecidas pelo sistema imunológico como corpos estranhos e causando as reações alérgicas.
O diagnóstico do problema deve ser realizado de forma criteriosa, pois o tratamento da alergia à proteína do leite irá envolver a total exclusão ou redução do leite de vaca na alimentação, assim como os seus derivados, causando uma possível deficiência de nutrientes fundamentais para a saúde – entre eles o cálcio.
A eliminação do leite de vaca sem que haja adequada substituição nutricional deste alimento pode prejudicar o crescimento normal e gerar muitos outros problemas de saúde.
A alergia à proteína do leite pode apresentar diversos sintomas, entre eles problemas digestivos como a dificuldade para engolir, vômitos, cólicas intensas, sangue nas fezes, diarreia, falta de apetite, dificuldade de digestão, regurgitação, sintomas respiratórios como a obstrução nasal, tosse, coriza, sintomas cutâneos como coceira na pele, inchaço nos lábios ou pálpebras, urticária. Pode apresentar também outros sintomas como perda de peso, problemas de crescimento ou desenvolvimento, entre outros.
Qual é o tratamento para a alergia à proteína do leite?
A alergia à proteína do leite não tem cura, mas pode ser controlada com tratamento. O uso de medicamentos normalmente é recomendado para aliviar os sintomas, principalmente na fase inicial da alergia com a ingestão do alimento.
A adrenalina auto injetável, por exemplo, pode ser utilizada para os casos em que o paciente sofre uma reação anafilática, sendo utilizada imediatamente após o surgimento dos primeiros sintomas.
O principal tratamento e o mais eficaz é o controle da alimentação. Orienta-se o paciente sobre os alimentos permitidos e também sobre o que comer. A dieta isenta de proteína do leite é a mais eficaz, pois a não ingestão da proteína evitará a produção de células e anticorpos responsáveis pela reação alérgica.
- Veja também: Lista de alimentos sem lactose para sua dieta.
A definição correta dos alimentos permitidos na dieta é fundamental para que se evite uma deficiência nutricional de proteínas, de cálcio e também de vitamina D, que poderia implicar em problemas de saúde futuros.
É sempre importante que o paciente procure a orientação de um nutricionista para que consiga saber exatamente o que comer na sua nova rotina. Com pequenos cuidados e com a devida atenção aos rótulos dos alimentos, é possível incorporar de forma fácil estes novos hábitos alimentares.
Dependendo do grau da alergia, o paciente deverá ter uma dieta com restrição total desta proteína, necessitando um controle mais rígido da alimentação.
Saiba, a seguir, quais são os alimentos permitidos e também quais não devem entrar na dieta de quem tem alergia à proteína do leite:
– Alimentos que devem ser evitados
Todos os tipos de leite de vaca, entre eles o integral, semidesnatado, desnatado, fermentado, sem lactose, condensado, em pó, evaporado e reconstituído.
Os diversos tipos de queijo, leite de cabra, leite de ovelha, leite de búfala, creme de leite, bebida láctea, iogurtes, coalhada, requeijão, cream cheese, molho branco, manteiga, maionese industrializada, margarina, soro de leite, nata, coalho, petit suisse, doce de leite, pudim, cremes doces, biscoitos recheados, sorvete, molhos para salada, purê de batatas, salgadinhos industrializados, achocolatados (podem conter traços de leite), entre muitos outros.
Alguns tipos de ingredientes derivados do leite também devem ser evitados e podem estar presentes em inúmeros produtos industrializados, entre eles a lactoalbumina, lactoglobulina, fosfato de lactoalbumina, caseína, caseína hidrolisada, caseinato de cálcio, caseinato de potássio, caseinato de magnésio, caseinato de sódio, gordura de leite, lactose, proteína de leite hidrolisada, entre muitos outros.
É importante verificar a rotulagem de todos os produtos antes do consumo, pois alguns deles possuem a informação de que “contém traços de leite”. Outro cuidado é na possível contaminação cruzada, quando alguns alimentos são colados nos mesmos recipientes de outros, por exemplo, em restaurantes e padarias.
– Alimentos permitidos na dieta
Leite de coco, leite de soja, leite de arroz, chocolate em pó, creme vegetal sem leite, carne de frango, fubá, todas as frutas, verduras e legumes, farinha de arroz, farinha de linhaça, farinha de trigo, margarina sem leite, leite condensado de soja, ovos, aveia, castanhas, nozes, óleos vegetais, polvilho, amido de milho, sucos de frutas, entre muitos outros.
Receitas para pessoas com alergia à proteína do leite
A dieta das pessoas com este tipo de alergia deve ser bastante controlada. Apesar de existirem muitas restrições sobre o que comer, existem vários alimentos que podem ser facilmente substituídos no dia a dia para facilitar os novos hábitos.
Veja, a seguir, algumas receitas isentas de proteína do leite:
1. Pão de queijo sem leite e sem queijo
Ingredientes:
- 2 xícaras de polvilho doce;
- ½ xícara de polvilho azedo;
- 2 xícaras de batatas cozidas;
- ½ xícara de água filtrada;
- 1⁄3 xícara de óleo de soja;
- 1 colher de sopa de fermento em pó;
- sal a gosto.
Modo de preparo:
Num recipiente misture os polvilhos e o sal, acrescentando água quente aos poucos até dissolver tudo. Junte a batata amassada e forme uma massa homogênea. Acrescente o fermento. Unte as mãos com óleo e forme bolinhas de massa. Coloque para assar até dourar.
2. Bolo de laranja sem leite
Ingredientes:
- 200 mL de suco de laranja;
- ½ copo de óleo de soja;
- 1 xícara de açúcar;
- 2 xícaras de farinha de arroz;
- 1 colher de sopa de fermento em pó;
- 1 colher de café de farinha de linhaça;
- sal a gosto.
Modo de preparo:
Bata todos os ingredientes no liquidificador, coloque numa forma untada e leve ao forno preaquecido por 50 minutos até dourar.
3. Hambúrguer de carne com aveia
Ingredientes:
- 1 Kg de carne moída;
- 1 dente de alho;
- ¾ de xícara de farinha de aveia;
- sal a gosto.
Modo de preparo:
Junte todos os ingredientes num recipiente e misture até ficar homogêneo. Faça pequenos discos e frite numa panela com um fio de azeite. Doure dos dois lados.
Conclusão
A alergia à proteína do leite ocorre devido a um componente proteico presente neste alimento e que ativa diversos processos no sistema imunológico, causando sintomas como problemas digestivos, vômitos, cólicas intensas, sangue nas fezes, diarreia, falta de apetite, dificuldade de digestão, entre outros.
Com alguns cuidados em relação à alimentação, é possível controlar o problema e melhorar a qualidade de vida dessas pessoas.