Antibiótico Engorda ou Emagrece?

Categorias: Remédios / Suplementos

capa

Os antibióticos são uma classe de medicamentos utilizados para combater as infecções no organismo, que são causadas por bactérias. Esses remédios destroem as bactérias ou impedem que elas sejam reproduzidas. A partir daí, o sistema de defesa natural do corpo é que passa a lidar com o problema.

A lista de doenças que podem ser tratadas com antibióticos inclui: tuberculose, amigdalite, pneumonia, infecção urinária, gonorreia, sífilis, meningite, sinusite, hanseníase, erisipela (infecção da pele que atinge os tecidos subcutâneos), infecção causada pela bactéria H. plyori e endocardite bacteriana (inflamação das estruturas internas do coração).

Tomar antibiótico engorda ou emagrece?

Uma preocupação de algumas pessoas em relação ao uso de medicamentos é quanto aos efeitos colaterais que eles podem trazer que afetam o peso. Assim, quem usa remédios para tratar infecções bacterianas pode se perguntar se o antibiótico engorda ou emagrece.

Bem, a resposta é mais ampla do que podemos imaginar, pois existem diversos tipos de antibióticos, que podem trazer reações diferentes. Mas vamos olhar de maneira geral para os efeitos que esses remédios causam para chegarmos perto de uma resposta.

O antibiótico pode emagrecer

Conforme informações do National Health Service (Serviço Nacional de Saúde, tradução livre, NHS, sigla em inglês), uma das reações adversas comuns dos antibióticos é a perda de apetite. Isso pode indicar que tomar antibiótico emagrece, mesmo que de forma indireta, já que com menos fome, uma pessoa provavelmente come menos e acumula uma quantidade menor de calorias no corpo.

Entretanto, a perda de peso em decorrência da diminuição do apetite causada pelos antibióticos é um efeito de curto prazo, não duradouro.

A anorexia é um efeito colateral comum de ser observado na classe dos antibióticos agentes tuberculostáticos. A doença pode provocar uma perda de peso bem acima do que é considerado saudável, já que quem sofre com o problema costuma abusar de dietas, exercícios e outros métodos para emagrecer como até mesmo deixar de comer. Isso indica que esses tipos de antibióticos podem sim emagrecer, porém, de uma maneira que não é considerada nem um pouco saudável.

Assim, é importante estar atento aos sintomas do distúrbio alimentar que incluem a imagem corporal distorcida, a falta da menstruação durante três ou mais ciclos, o hábito de cortar a comida em vários pedaços, o costume de ir ao banheiro logo após comer, o medo de engordar mesmo estando abaixo de peso ideal, entre outros. Uma vez que desconfiar da doença, é fundamental buscar ajuda médica o mais rápido possível.

Mas o antibiótico também pode engordar

Por outro lado, outra classe de remédios antibióticos, as quinolonas podem estar indiretamente associada ao aumento de peso. Isso porque um dos efeitos colaterais comuns dessa classe de medicamentos é a letargia.

Ao sentir-se letárgico, em um estado de fadiga ou lentidão, certamente a pessoa executará um menor número de atividades físicas e gastará uma quantidade mais baixa de calorias, o que pode causar o ganho de peso.

Outro indicativo de que o antibiótico engorda é o resultado de um estudo liderado pelo epidemiologista e médico Brian Schwartz da Escola de Saúde Pública John Hopkins Bloomberg, nos Estados Unidos.

A pesquisa monitorou cerca de 164 mil pessoas na Pensilvânia, nos Estados Unidos, e identificou que jovens saudáveis de até 15 anos de idade que tomaram antibióticos ao menos sete vezes em sua infância pesavam cerca de 1,3 kg a mais do que aqueles que não ingeriram tais medicamentos.

Para o epidemiologista, os antibióticos contribuem para o ganho de peso em qualquer idade. O estudo foi publicado no ano de 2015 no Internation Journal of Obesity (Jornal Internacional da Obesidade, tradução livre).

Uma publicação de 1995 do Journal of Nutrition (Jornal da Nutrição, tradução livre) de autoria do dr. Thomas Haight afirmou que antibióticos dados a militares durante um período de sete semanas resultou em um significativo aumento de peso.

Outra publicação, dessa vez em uma edição de 2010 da revista Times, disse que o uso de antibióticos causa distúrbios em bactérias localizadas no intestino que atuam no armazenamento das gorduras ingeridas na dieta. O resultado disso também é o ganho de peso.

Além disso, a publicação de março de 2011 do World Journal of Gastroenterology (Jornal Mundial de Gastroenterologia, tradução livre) afirmou que a diminuição da bactéria H. plyori encontrada no estômago (que pode ocorrer em decorrência do uso de antibióticos), causa um aumento na atividade de armazenamento de gordura realizada pelo hormônio grelina, o que pode causar o aumento de peso.

Considerações

Quem não deseja engordar por conta do antibiótico, deve conversar com o médico a respeito do remédio e perguntar se é possível utilizar um que não atue tanto nesse sentido. Não deixe de usá-lo, caso o médico indique, pois se ele receitou é porque é importante para a sua saúde.

Além disso, procure seguir um estilo de vida saudável, alimentando-se de maneira equilibrada, controlada e nutritiva e praticando exercícios físicos com regularidade, caso o seu estado de saúde permita.

Outros efeitos colaterais dos antibióticos

Entre as reações adversas mais comuns causadas pelos antibióticos:

Ao sofrer com um ou mais dos efeitos colaterais mencionados acima, informe o seu médico para saber qual é a melhor maneira de proceder.

Ainda é possível que um antibiótico cause reações alérgicas que trazem sinais como erupções cutâneas, vermelhidão, inchaço, coceira (prurido), falta de ar, tosse e chiado no peito, problemas para engolir alimentos, vômitos e choque anafilático. Ao experimentar algum desses ou outro tipo de reação alérgica ao tomar um antibiótico, procure ajuda médica o mais rápido que puder.

De acordo com o NHS do Reino Unido, as reações alérgicas causadas por antibióticos costumam ser de grau leve a moderado na maioria dos casos.

Cuidados com os antibióticos

É recomendado e seguro tomar antibióticos somente em casos de doenças causadas por bactérias e quando há a indicação médica. Até porque, de acordo com uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicada em outubro de 2010, esse tipo de medicamento pode ser vendido somente mediante apresentação de receita médica, que comprove a sua prescrição.

É preciso tomar cuidado para não fazer uma confusão entre as doenças causadas por bactérias e aquelas que são desenvolvidas por meio de vírus, como resfriados, gripes, grande parte das tosses, bronquites e dores de garganta não causadas por bactérias. Os antibióticos não podem tratar tais problemas e ainda pode trazer mais prejuízos do que benefícios nessas situações.

Isso porque ao utilizar o medicamento quando não há a necessidade ou tomá-lo de maneira errada, pode-se desenvolver uma resistência aos antibióticos. O resultado disso é que quando a bactéria estiver presente no organismo e sofrer modificações, ela poderá tornar-se resistente aos efeitos do remédio.

Tal perigo também torna fundamental seguir todas as orientações do médico em relação ao uso do antibiótico, sem guardar parte do medicamento para tomar depois ou usar a receita de outra pessoa.

Além disso, é importante usar a dosagem do remédio indicada pelo médico durante todo o tempo que ele também estabeleceu, mesmo que já se sinta melhor. Ao encerrar o tratamento antes da hora, corre-se o risco de que algumas bactérias sobrevivam e voltem a infectar o organismo.

As mulheres grávidas devem ingerir apenas os antibióticos indicados por seus obstetras. Isso porque alguns medicamentos da classe estão associados a malformações. Por serem eliminados pelo rim, alguns antibióticos podem tornar-se tóxicos para pessoas que sofrem com insuficiência renal, já que sua remoção fica prejudicada.

Nestes casos, o ideal é informar sobre a condição ao médico responsável pelo tratamento com o antibiótico, que provavelmente fará um ajuste na dosagem do remédio para que não haja o seu acúmulo na corrente sanguínea.

Também é importante certificar-se de que não é alérgico ao antibiótico recomendado pelo médico e informar ao profissional caso já saiba que possui alergia a algum medicamento do tipo.

Fonte

Artigos relacionados