Conheça os Riscos do Hidrogel Usado Por Andressa Urach
Categorias: Estética / Estética na Mídia
Enquanto algumas pessoas preferem confiar exclusivamente na malhação e na alimentação saudável e equilibrada para buscar ter o corpo perfeito, outras preferem procedimentos mais rápidos e acabam injetando substâncias no corpo, como é o caso do hidrogel. Na primeira semana de dezembro, o produto foi notícia na imprensa por conta da internação da modelo gaúcha Andressa Urach, de 27 anos.
Andressa foi hospitalizada na madrugada do dia 29 do mês passado, sábado, devido a um problema na perna causado por uma complicação nas coxas resultante do uso de hidrogel.
A modelo havia passado por um procedimento cirúrgico no dia 21 de novembro para tirar o produto da perna e até então tinha passado bem após a cirurgia.
Foto: Rede Record
Ela havia aplicado há cinco anos atrás mais de 200 vezes a quantidade adequada do produto – aproximadamente 500 ml em cada perna – e em julho deste ano já havia se submetido a procedimentos para a retirada de parte da substância de seu corpo.
A modelo também tinha injetado no corpo o metacril, um produto similar ao acrílico que serve para o preenchimento de algumas áreas do corpo.
Andressa está acordada e já respira sem a ajuda de aparelhos desde o início do mês, mas ainda inspira cuidados por parte dos médicos e segue sem previsão de alta. Notícias recentes afirmar que a modelo já começa a andar sem sentir muitas dores na pernas.
O hidrogel da marca utilizada por ela – a Aqualift – está sem registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde março deste ano.
O que é o hidrogel?
O hidrogel é um produto na forma de gel, que contém a presença de água e tem como o seu principal composto a poliacrilamida hidrogel. Apesar de não ser recomendado por cirurgiões plásticos, o produto é autorizado pela Anvisa para o uso em pequenas quantidades para pequenos preenchimentos de cicatrizes e na face. Mesmo assim, ele acaba sendo utilizado em maiores escalas para o preenchimento de coxas e glúteos.
Após ser aplicado no corpo, o hidrogel agrega-se ao músculo e faz com que ele inche, dando o rápido efeito de crescimento. Esse é um preenchimento de longa permanência, que nunca será totalmente absorvido pelo organismo.
Os perigos da substância
Entre os perigos do uso exagerado do hidrogel, como foi o caso de Andressa, há o risco de necrose (morte de uma célula, tecido ou órgão no organismo), embolia pulmonar (causada quando a aplicação é feita com agulha, já que há o risco de perfurar um vaso e injetar a substância na corrente sanguínea), infecção, complicações alérgicas e ocorrência de biofilme (que é quando a substância carrega bactérias consigo e transmite ao local onde foi injetado) e até a morte.
Além disso, de acordo com o cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) Marco Cassol, em entrevista ao Portal R7, como o hidrogel se ramifica no tecido, não é possível fazer a retirada de todo o produto do organismo de maneira completamente segura. Quando uma dessas ramificações machuca o músculo, o procedimento de retirada pode acabar causando uma infecção. Ainda segundo o médico, caso isso aconteça, é necessário tirar parte do músculo.
Complicações
Algo que pode ter causado agravamento ao estado da modelo é que ela também fez a aplicação de outro produto usado em preenchimentos, o metacril, que causa complicações como alergia e infecções e não é recomendado para uso nos dias de hoje por ser um produto definitivo, de acordo com a dermatologista e presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia Denise Steiner, em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Assim como o hidrogel, o metacril também não é absorvido pelo organismo, o que aumenta o risco de rejeição e faz com que o processo de retirada seja complicado, tendo em vista que ambos acabam sendo diluídos nos tecidos do corpo.
Paciente de Goiânia faleceu após aplicar hidrogel
O caso de Andressa não foi a primeira vez em que as complicações causadas pela aplicação do hidrogel foram notícia na imprensa brasileira. Em outubro deste ano, a ajudante de leilão de Goiânia, Maria José Medrado de Souza Brandão, de 39 anos, morreu após injetar o hidrogel com o intuito de aumentar o bumbum.
Foto: Arquivo Pessoal
Após realizar a aplicação pela segunda vez, no dia 24 de outubro, Maria José passou mal, foi internada em um hospital da capital goiana e faleceu com suspeita de embolia pulmonar.
A aplicação do hidrogel em Maria José foi feita por uma falsa biomédica identificada como Raquel, com a ajuda de seu namorado. Para a Polícia Civil, ela demorou para indicar que a paciente procurasse o médico quando a mesma reclamou das dores. Raquel e o namorado poderão responder processos na justiça por exercício ilegal da profissão e homicídio culposo (quando não há a intenção de matar).