Dianabol (Metandrostenolona) – Como Funciona e Efeitos Colaterais
Categorias: Anabolizantes / Suplementos
As estruturas químicas de anabolizantes são sempre muito parecidas com moléculas que já existem no organismo. Porém, qualquer modificação estrutural, por menor que seja, pode causar efeitos colaterais significativos.
Vamos conhecer abaixo algumas informações sobre o dianabol (metandrostenolona) para que você possa formar sua opinião sobre o uso do produto.
História
Este composto foi disponibilizado pela primeira vez em 1960, e rapidamente se tornou o mais favorecido e amplamente utilizado esteróide anabolizante em todas as formas de atletismo. Isto provavelmente se deve ao fato de que ele é fácil de usar e extremamente eficaz.
O Dr. John Bosley Ziegler foi o primeiro distribuidor de dianabol (metandrostenolona) para atletas olímpicos dos Estados Unidos. Após dar a substância aos atletas dos EUA, tornou-se evidente que o desempenho deles era realçado pelos benefícios da droga.
Nos Estados Unidos, a produção de dianabol teve uma história meteórica, explodindo por algum tempo e, em seguida, tendo seu consumo drasticamente reduzido.
O Dr. John Bosley Ziegler foi o primeiro distribuidor de dianabol (metandrostenolona) para atletas olímpicos dos Estados Unidos. Após dar a substância aos atletas dos EUA, tornou-se evidente que o desempenho deles era realçado pelos benefícios da droga.
No fim dos anos 80, o produto foi retirado do mercado nos EUA. Mas o fato de estar fora do mercado norte-americano há mais de 10 anos não reduziu sua popularidade. Ele continua sendo o esteroide oral de mercado negro mais comumente usado nos EUA.
O que é?
O dianabol (metandrostenolona), também conhecido como Dbol, é um derivado da testosterona que exibe fortes propriedades anabólicas e propriedades androgênicas moderadas. Ele é o esteroide mais usado para aumento de desempenho de performance e físico.
Essencialmente, o dianabol é semelhante à testosterona, exceto por duas diferenças estruturais em sua molécula: a presença de uma ligação dupla a mais entre os carbonos 1 e 2 e a adição de um grupo metil no carbono 17 alfa, chamado de carbono 17 alfa-alquilado (17aa). Essas mudanças estruturais conferem uma melhor absorção da molécula pelo organismo.
O dianabol (metandrostenolona) foi arquitetado para que as propriedades androgênicas (masculinizantes) do hormônio fossem reduzidas e suas propriedades anabolizantes (construção de tecidos) fossem preservadas. Com um nível mais baixo de androgenicidade relativa do que a testosterona, a metandrostenolona é classificada como um esteroide “anabólico”, embora ainda exista um lado androgênico bastante presente.
As diferenças estruturais entre as moléculas de testosterona e de metandrostenolona fazem com que a metandrostenolona seja mais facilmente administrada e possa entrar no fígado e passar pelo corpo sem ser destruída por este órgão.
Como funciona?
Para suportar a administração oral, este composto é alfa-alquilado no carbono 17. Esta alteração estrutural protege a droga de ser desativada pelo fígado (permitindo que quase toda a droga entre na corrente sanguínea), mas também pode ser tóxico para este órgão.
Já a introdução de uma ligação dupla entre os carbonos 1 e 2 reduz a sua androgenicidade relativa. O esteroide resultante também tem uma afinidade de ligação relativa muito mais fraca para o receptor de andrógenos do que a testosterona, mas ao mesmo tempo exibe um tempo de vida muito maior no organismo.
Essas características permitem que o dianabol (metandrostenolona) seja um esteroide anabólico muito potente. Estudos recentes também confirmam que seu principal modo de ação envolve a interação com o receptor celular de andrógenos.
O dianabol é usado como um esteroide de volume que produz principalmente um aspecto de músculos inchados. É principalmente adicionado como um pontapé inicial para começar a criar volume nos ciclos de esteroides (quando uma pessoa toma diversos anabolizantes de uma vez para potencializar os efeitos) durante as primeiras 6 semanas. Isso é feito para permitir que os esteroides injetáveis produzam resultados, enquanto o dianabol fornece ganhos rápidos como força, tamanho, massa e confiança.
É geralmente usado com deca durabolin, testosterona ou trenbolona. Embora seja usado como um pontapé inicial para alguns fisiculturistas, isso não significa que outros também não o utilizem em um ciclo autônomo.
Efeitos colaterais
Vimos que o dianabol (metandrostenolona) pode ser um potente esteroide, mas é muito importante saber que ele também traz efeitos colaterais notáveis. Embora tenha sido projetado para converter menos em estrogênio, a molécula acabou desempenhando muito mais esse papel do que a testosterona.
O dianabol é convertido em um potente estrogênio no corpo, o que explica o usual inchaço, pressão arterial alterada, ginecomastia e dores de cabeça causadas pelo uso prolongado ou em altas doses.
– Supressão de testosterona ou efeitos estrogênicos
A ginecomastia, que é o aumento do volume das mamas nos homens, também é frequentemente uma preocupação durante o tratamento, e pode apresentar-se muito cedo em um ciclo, particularmente quando doses mais altas são usadas.
Todos os esteroides anabolizantes e androgênicos, quando administrados em doses suficientes para promover o aumento muscular, suprimem a produção endógena de testosterona.
Estudos clínicos com uma dose de 15 mg por dia aos homens que participaram de treinamento de resistência durante 8 semanas fizeram com que o nível médio de testosterona do plasma caísse em 69%. Sem a intervenção de substâncias estimulantes da testosterona, os níveis do hormônio geralmente retornam ao normal dentro de 1 a 4 meses após o fim da ingestão do composto.
– Retenção de água
A retenção de água também pode se tornar um problema pronunciado, causando uma notável perda de definição do músculo à medida que a água e a gordura subcutânea se formam.
– Hepatoxicidade
Uma exposição prolongada a substâncias alfa-alquiladas pode ser tóxica ao fígado e resultar em danos renais, possivelmente até mesmo levando ao desenvolvimento de certos tipos de câncer. Por segurança, é válido visitar o médico algumas vezes durante cada ciclo para monitorar as enzimas do fígado.
Os ciclos de uso também devem ser curtos, geralmente menos de 8 semanas de duração durante o consumo para evitar fazer qualquer dano perceptível. O primeiro sinal visível de problemas hepáticos é a icterícia, uma obstrução do duto biliar. Esta condição produz um amarelecimento incomum da pele.
Além da pele, o branco dos olhos também pode amarelar, um indicador claro de problemas. Se isso ocorrer, a substância deve ser descontinuada imediatamente e um médico deve ser consultado. Este é geralmente um ponto em que outros danos permanentes podem ser evitados.
Estudos mostram que várias semanas de administração de dianabol (metandrostenolona) oferecem estímulo hepático mínimo, desde que seja administrado com uma dose de no máximo 10 mg por dia. Com uma dose de 15 mg por dia, a maioria dos pacientes começará a demonstrar a função hepática perturbada, conforme medido pela retenção clinicamente elevada de bromossulfaleína (um marcador de estresse hepático).
As complicações hepáticas graves são raras, dada a natureza periódica em que a maioria das pessoas usa esteroides anabolizantes/androgênicos orais, porém altas doses e períodos prolongadas de administração devem ser evitados.
– Efeitos androgênicos
Embora classificado como um esteroide anabólico, os efeitos colaterais androgênicos ainda são comuns com o uso dessa substância. Isso pode incluir ataques de pele oleosa, acne e crescimento de pêlos faciais e corporais. Outro efeito pode ser também a perda de cabelo no padrão masculino.
As mulheres também são advertidas sobre os potenciais efeitos virilizantes dos esteroides anabolizantes e androgênicos. Estes podem incluir um voz mais grossa, irregularidades menstruais, mudanças na textura da pele, crescimento de pelo facial e aumento do clitóris.
– Problemas de circulação e pressão arterial
Os esteroides anabolizantes e androgênicos podem ter efeitos deletérios sobre o colesterol. Isso inclui uma tendência de redução dos valores de colesterol HDL (bom) e aumento dos valores de colesterol LDL (ruim).
O impacto relativo de um esteroide anabolizante e androgênico sobre os lípidos séricos depende da dose, via de administração (oral x injetável), tipo de esteróide (aromatizável ou não aromatizável) e nível de resistência ao metabolismo hepático. A metandrostenolona tem um forte efeito no manejo hepático do colesterol devido à sua resistência estrutural à degradação hepática e à via de administração.
Os esteroides anabolizantes e androgênicos também podem afetar negativamente a pressão arterial e os triglicerídeos, reduzir o relaxamento endotelial e apoiar a hipertrofia ventricular esquerda, aumentando potencialmente o risco de doença cardiovascular e infarto do miocárdio.
Para ajudar a reduzir a tensão cardiovascular, é aconselhável manter um programa de exercícios cardiovasculares ativo e minimizar a ingestão de gorduras saturadas, colesterol e carboidratos simples em todos os momentos durante a administração. Consumir óleos de peixe (aproximadamente 4 gramas por dia) também é recomendado.
Evidências também mostram uma certa pressão e incômodo sentidos na parte inferior das costas que têm sido relacionados a possíveis problemas nos rins e de fluxo sanguíneo. Além disso, comportamentos agressivos também podem ser aumentados com um esteroide potente como o dianabol (metandrostenolona).
Dosagem
A composição e a dosagem da substância podem variar de acordo com o país e o fabricante, além dos objetivos e da forma de absorção. O Dbol é disponível para uso oral em comprimidos ou cápsulas e em líquidos, além da forma injetável.
No passado, pensava-se que o dianabol só podia ser detectado na urina até 3 a 4 dias após o uso, mas novos métodos de teste tem mostrado que ele pode ser detectado no organismo até 20 dias após o consumo. A meia-vida, ou seja, o tempo que a droga permanece no organismo, é de cerca de 4 a 6 horas. Por isso, são recomendadas até 3 doses diárias.
As diretrizes de prescrição originais para o dianabol exigiam uma dosagem diária de 5 mg. Isso deveria ser administrado de forma intermitente, com o medicamento tomado por mais de 6 semanas consecutivas. Posteriormente, uma pausa de 2 a 4 semanas foi recomendada antes que a terapia fosse retomada. Para fins de desenvolvimento físico ou de desempenho, o fármaco também é usado intermitentemente, com ciclos geralmente durando entre 6 e 8 semanas de duração, seguido de 6 a 8 semanas de “folga”.
Embora uma dose baixa de 5 mg por dia possa ser efetiva para melhorar o desempenho, os atletas normalmente tomam quantidades muito maiores. Uma dosagem diária de 3 a 6 comprimidos de 5 mg (15 a 30 mg por dia) é mais comum, e normalmente produz resultados muito mais acentuados. Alguns se arriscam ainda mais na dosagem, mas esta prática geralmente leva a uma incidência mais profunda de efeitos colaterais.
Sem dúvidas, o dianabol é um anabolizante que resulta em efeitos visíveis quanto ao ganho de músculos e força. Porém, é preciso estar ciente dos riscos de efeitos colaterais. Lembrando, claro, que a prática de exercícios físicos e musculação, além de uma dieta equilibrada, são indispensáveis para manter o organismo saudável e o uso do anabolizante poderá ser descartado. O uso de qualquer medicamento sem indicação e acompanhamento médico pode ser muito perigoso.