Esteatose Hepática – O Que é, Tratamento, Grau e Dicas
Categorias: Dicas Para Emagrecer / Dieta
Existem muitas doenças causadas por problemas relacionados à alimentação ruim e a um estilo de vida sedentário. A esteatose hepática já é uma doença considerada como um problema de saúde pública, pois está bastante associada, principalmente, aos casos de excesso de peso, obesidade e de diabetes, que estão aumentando nos últimos anos em nossa sociedade.
Vamos entender o que é esta doença, conhecer as formas e principais dicas de tratamento da esteatose hepática abaixo.
O que é a Esteatose Hepática?
O fígado é o segundo maior órgão do corpo humano e tem a função de processar e filtrar todas as substâncias tóxicas obtidas através dos alimentos digeridos para que estas não entrem na corrente sanguínea.
Normalmente, o fígado consegue produzir novas células hepáticas que irão substituir as células danificadas. No entanto, alguns problemas de saúde podem danificar permanentemente estas células, causando sintomas para o resto da vida.
A esteatose hepática é uma doença caracterizada pelo acúmulo de triglicerídeos e outros tipos de gorduras nas células do fígado. É normal que exista uma determinada quantidade de gordura no fígado, mas, para que seja considerado saudável, o fígado geralmente deve possuir, no máximo, 10% do seu peso correspondente em gordura.
Quando ocorre a entrada excessiva de gordura no fígado, ocorre um acúmulo de gordura que pode causar a inflamação das células hepáticas e o aumento de volume do fígado.
- Veja também: A melhor dieta para gordura no fígado – Aprenda como tratar.
Estudos mostraram que de 10% a 20% dos americanos têm gordura no fígado, mas não apresentam danos ou inflamações nas células hepáticas. O diagnóstico da doença normalmente é tardio e é realizado, na sua grande maioria, em pessoas com idade entre 40 e 60 anos. A quantidade de gordura acumulada no fígado pode ser avaliada através de diversos exames, entre eles a ultrassonografia.
Existem, basicamente, dois tipos de gordura no fígado: a doença hepática gordurosa alcoólica e a doença hepática gordurosa não alcoólica. O primeiro tipo está diretamente relacionado ao consumo excessivo de bebidas alcoólicas. O segundo tipo está relacionado ao excesso de peso, à obesidade e aos hábitos ruins de alimentação. Neste caso, os pacientes também podem apresentar um quadro altas taxas de colesterol e também casos de diabetes.
A esteatose hepática pode ser diagnosticada e definida por diferentes graus de acordo com o desenvolvimento da doença. A esteatose hepática leve, também chamada de esteatose hepática grau 1, ocorre quando há um pequeno acúmulo de gordura no fígado, sendo, normalmente, assintomática e mais difícil de ser rapidamente diagnosticada.
- Veja também: Regeneração do fígado após álcool, gorduras e remédios – Como acontece?
A esteatose hepática moderada, também chamada de esteatose hepática grau 2, ocorre quando há um acúmulo maior de gordura, podendo apresentar alguns sintomas mais leves. Por fim, já em grau mais avançado, existe a esteatose hepática difusa, também chamada de esteatose hepática grau 3, que é definida pelo aumento expressivo do volume do fígado, podendo provocar dor e apresentando diversos sintomas aparentes.
As causas desta doença ainda não são totalmente conhecidas, mas acredita-se que este acúmulo de gordura ocorra em função de uma resposta do fígado às agressões e às condições ruins de funcionamento do organismo.
Causas da Esteatose Hepática
Veja, a seguir, algumas das possíveis causas da doença:
– Doenças Hepáticas
Diversas doenças do fígado apresentam a esteatose hepática como uma manifestação da doença, entre elas as hepatites B e C, a doença de Wilson, doenças colestáticas e a doença hepática alcoólica. Em boa parte dos pacientes que fazem uso abusivo de álcool, ocorre o diagnóstico da esteatose no fígado.
– Causas Secundárias
Quando as causas são secundárias, pode haver uma reversão do quadro da doença. Existem vários fatores que podem causar a doença, tais como o hipotireoidismo, a exposição a produtos químicos, o uso abusivo de medicamentos, entre eles as substâncias anabolizantes, a cortisona, os medicamentos para o combate do câncer, remédios para o tratamento de arritmias cardíacas, entre outros.
– Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica
Esta é a principal causa desta doença, representando em torno de 70% dos casos da mesma. Esta está diretamente associada à diabetes, à obesidade, ao aumento das altas taxas de colesterol e de triglicerídeos, sendo decorrente de diversas alterações metabólicas.
Quais os sintomas da Esteatose Hepática?
A esteatose hepática leve (esteatose hepática grau 1) não possui sintomas aparentes, pois este é o início da doença. Por este motivo, muitas vezes o diagnóstico é feito por acaso através de outros tipos de exames de imagens (ultrassonografia de abdômen, tomografia computadorizada ou ressonância magnética), e é comum que se encontre pacientes com a doença já em estado avançado e que não foram corretamente diagnosticados.
Quando os sintomas são aparentes, como acontece com a esteatose hepática moderada e a esteatose hepática difusa, entre eles estão os quadros de vômitos, enjoos, inchaço na região abdominal, dor localizada, presença de pele e olhos amarelados, cansaço, perda de peso, perda de apetite, fraqueza, dificuldade de concentração, presença de manchas escuras na pele, entre outros.
- Veja mais: 10 principais sintomas de gordura no fígado.
Todos os pacientes que apresentem gordura no fígado, mesmo que ainda não tenham sido diagnosticados com esteatose hepática, apresentam maior risco de desenvolverem outras doenças ao longo dos anos, entre elas a diabetes e as doenças cardiovasculares, tais como as doenças coronarianas, o derrame e o infarto.
O diagnóstico da doença é feito através de avaliação da história clínica e também do exame físico para se detectar o aumento de volume na região do fígado. No exame de sangue também é possível se verificar as alterações nas enzimas hepáticas, assim como através dos exames de imagem. Alguns casos, no entanto, só podem ser confirmados com a biópsia do fígado.
Qual o tratamento para a Esteatose Hepática?
Dependendo do grau da doença e também do quanto ela está avançada, a esteatose hepática grau 1 e a esteatose hepática grau 2 podem ser reversíveis. Primeiramente, é preciso identificar a possível causa da doença para que se defina um tratamento mais adequado.
O tratamento, geralmente, irá envolver tanto a intervenção médica quanto a orientação nutricional da dieta e também o acompanhamento de algum profissional da saúde para que se faça um plano de atividade física programada.
A maior parte dos pacientes tem uma alteração estável no fígado que pode ser reduzida ao longo do tratamento até que o problema metabólico seja sanado ou, pelo menos, controlado. A esteatose hepática que ocorre com o acúmulo de gordura no fígado pode evoluir para um quadro de esteatohepatite, que é caracterizada pela inflamação causada pela gordura, e, por fim, podendo chegar a um quadro de cirrose hepática, passando a não ser mais reversível.
1. Dicas de Dieta e Alimentação para Pacientes
Os pacientes com a doença, devido às causas secundárias, devem receber tratamento com adequação e ajuste do estilo de vida que é a principal causa do problema. O tratamento inicialmente é direcionado para a modificação dos hábitos de vida, podendo ser realizado em conjunto com o uso de medicamentos.
É importante ter muitos cuidados em relação ao tipo de alimento que será consumido, sendo também importante que se faça uma dieta rica em nutrientes, contendo fibras, assim como uma dieta hipocalórica, com baixa ingestão de gorduras ruins e contendo gorduras saudáveis, como as gorduras poli-insaturadas.
Veja, a seguir, alguns alimentos que são recomendados e que podem ser utilizados na alimentação feita durante o tratamento dos pacientes com esteatose hepática:
- Azeite de oliva extravirgem;
- Óleos de origem vegetal, tais como os óleos de milhos, arroz, canola, soja, entre outros;
- Farelo de aveia;
- Linhaça;
- Carnes magras de boi e frango;
- Leite desnatado;
- Queijos magros, tais como o queijo minas frescal, a ricota e o cottage;
- Frutas e verduras;
- Alimentos ricos em fibras e integrais, tais como o pão integral e o arroz integral;
Os alimentos ricos em gorduras saturadas devem ser ao máximo evitados, assim como aqueles contendo altas doses de açúcar e carboidratos simples. Veja, a seguir, alguns dos alimentos que não devem ser consumidos na dieta dos pacientes com esteatose hepática:
- Alimentos ricos em gorduras saturadas, como as carnes gordurosas, embutidos, salgadinhos, frituras, entre outros;
- Alimentos ricos em açúcar, tais como os refrigerantes, doces, biscoitos recheados, sorvetes, caldas, achocolatados, massas, molhos, entre outros;
- Não se deve fazer o consumo de bebida alcoólica.
2. Atividade Física e Estilo de Vida
A atividade física é fundamental para auxiliar na redução de peso dos pacientes, assim como na diminuição do percentual de gordura corporal, auxiliando na redução da quantidade de gordura no fígado. Recomenda-se a montagem de um plano de atividade física que inclua, pelo menos, 30 minutos de exercícios durante 3 vezes por semana.
Caso o paciente tenha uma vida sedentária, é importante a escolha de atividades mais leves, tais como a caminhada, a hidroginástica, a dança ou qualquer outro exercício aeróbico de baixo impacto.
Caso o paciente esteja com excesso de peso ou obesidade, é necessário ter um programa de perda de peso para que se consiga atingir níveis saudáveis de composição corporal, auxiliando, assim, na redução da quantidade de gordura no fígado. O processo de emagrecimento pode contribuir bastante para a redução das alterações metabólicas e hepáticas que ocorrem em função da esteatose.