Falta de Vitamina D – Sintomas, Causa, Fontes e Dicas

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A vitamina D é fundamental para a manutenção da homeostase do organismo ao atuar de diversas formas no controle dos níveis de cálcio no sangue e nos ossos. Pesquisas recentes apontam que a quantidade diária recomendada pode ser muito maior do que o valor que até o momento é amplamente utilizado.

O que a falta de vitamina D pode causar? Quais as causas e sintomas dessa deficiência e quais fontes podem ser utilizadas para obter níveis adequados da vitamina? Vamos obter essas respostas, além de algumas dicas sobre o assunto mais abaixo.

O que é a vitamina D?

Para entendermos as consequências da carência de vitamina D, primeiramente é preciso compreender o que ela é e qual o seu papel no organismo humano.

A vitamina D faz parte do grupo das vitaminas lipossolúveis e é derivada do colesterol. Existem duas formas na natureza, o colecalciferol ou vitamina D2, que tem origem animal e o ergocalciferol ou vitamina D3, que vem de fontes vegetais. No organismo humano, ambas são metabolizadas no fígado e rins até o calcitriol, que é a sua forma ativa.

O que faz a vitamina D?

A vitamina D exerce sua função através da ligação a receptores específicos nos núcleos das células alvo. Essa interação gera uma modificação nas proteínas produzidas por essas células cujo resultado será a ação daquela célula sobre algum aspecto relacionado ao cálcio.

No intestino, a vitamina D estimula a síntese de proteínas que atuam na absorção direta e indireta dos íons de cálcio dos alimentos para a corrente sanguínea. Também estimula a absorção de fosfato e magnésio.

Nos rins, ela promove a reabsorção do cálcio e fosfato filtrados, que iriam ser excretados pela urina, de volta para a corrente sanguínea.

Nos ossos, a vitamina D promove a síntese de proteínas envolvidas na formação óssea, aumentando o número e a atividade dos osteoblastos (células que produzem tecido ósseo), sendo fundamental para o crescimento e manutenção da densidade óssea.

Os níveis de vitamina D ainda influenciam a secreção de paratormônio pela tireoide. Baixas concentrações de vitamina D estimulam a secreção de paratormônio que estimula a degradação de tecido ósseo para liberar cálcio no sangue.

Além dos efeitos sobre a homeostase do cálcio, a vitamina D pode ter efeitos também sobre outras funções como apoptose celular (morte celular programada), diferenciação celular, sistemas cardiovascular, musculoesquelético e imunológico e também no metabolismo da insulina. Assim, a vitamina D pode ter importância no tratamento de diversas condições como intolerância à glicose, diabetes tipo 1 e 2, hipertensão e esclerose múltipla.

Quais os sintomas da deficiência de Vitamina D?

A falta de vitamina D pode causar uma série de sintomas e problemas de saúde, haja vista sua importância para a homeostase do organismo.

Os sintomas incluem fraqueza muscular e dor nos ossos e podem ser bastante sutis. Porém, as consequências a longo prazo podem ser bastante graves, mesmo na ausência de sintomas. A falta de vitamina D pode levar à falta de cálcio, que por sua vez prejudica a formação dos ossos causando raquitismo em crianças e osteomalácia em adultos. O raquitismo é caracterizado pela baixa mineralização dos ossos, em que a crianças tem seu crescimento e desenvolvimento afetados. A osteomalácia leva a ossos fracos, sensíveis à pressão e com maior chance de fraturas.

Baixos níveis de vitamina D têm sido ainda associados a uma maior incidência de alguns tipos de câncer (como o colorretal e o de mama), asma grave em crianças, depressão e prejuízo cognitivo em idades avançadas, infecções, doenças autoimunes, maior risco de morte por doenças cardiovasculares, hipertensão, doença periodontal, dor crônica e osteoporose em mulheres pós-menopausa.

Quais são as fontes de vitamina D?

Precisamos sempre manter nossos níveis de vitamina D para nos manter saudáveis. Veja a seguir como temos acesso a ela e como repor em caso de deficiência.

Existem três formas de obter vitamina D. Uma delas é a partir dos alimentos. Não existe uma grande variedade de fontes alimentares da vitamina D, as mais ricas são óleos de fígado de peixe, se destacando o de bacalhau; a carne de peixes gordurosos como o salmão, o atum, a sardinha e a tilápia; derivados do leite, como manteiga e queijos gordurosos; cogumelos, ostras e ovos (mais especificamente a gema).

A segunda forma de conseguir vitamina D é através da exposição ao sol. Os raios ultravioletas causam as reações bioquímicas que levam à produção da vitamina a partir de derivados do colesterol.

Por último, a terceira forma de obtenção de vitamina D é através de suplementos vitamínicos e medicamentos contendo a substância. Quando não é possível obter quantidades adequadas a partir das duas formas anteriores, o uso de suplementos de vitamina D se faz necessário.

Qual a dose recomendada de vitamina D?

Os valores que uma pessoa deve ingerir de vitamina D diariamente ainda é motivo de polêmica. Nos Estados Unidos os primeiros valores definidos foram de 200 UI (UI significa unidades internacionais, e nesse caso equivalem a 5 microgramas da vitamina). Este é o valor vigente no Brasil até hoje, o que consta nos rótulos dos alimentos e medicamentos. Porém, a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, baseada em pesquisas, revisou esse valor para entre 400 e 800UI. Estudos ainda mais recentes apontam que doses de 7.000 UI seriam necessárias para garantir o pleno funcionamento das funções dependentes de vitamina D no organismo.

Acredita-se que a dose segura seja de até 10.000 UI por dia, porém não existe um consenso definitivo entre a comunidade científica. O nível de exposição ao sol também tem grande influência sobre a necessidade ou não de quantidades maiores de vitamina D provenientes da alimentação.

A determinação do tempo de exposição ao sol também é muito complicada, pois a quantidade de vitamina produzida depende de muitos fatores, como horário, latitude em que o indivíduo mora, estação do ano, cor da pele, hábitos alimentares, fatores genéticos e vestimenta.

Causas da falta de Vitamina D

Estudos em vários países demonstram uma grande deficiência de vitamina D nas populações. No Brasil, por exemplo, apesar de ser um país tropical, com alta incidência de luz solar, as estatísticas indicam que cerca de 60% dos adolescentes, até 58% dos adultos e até 83% dos idosos apresentam carência de vitamina D.

Alguns pontos são listados como possíveis causas da falta de vitamina D, como:

Dicas

Apesar de não ser possível quantificar a vitamina D produzida pela pele ao ser exposta ao sol, recomenda-se que as pessoas fiquem entre 15 a 20 minutos ao sol com protetor solar apenas no rosto, pois ele bloqueia a síntese de vitamina D já que impede a passagem de raios ultravioletas. Após esse tempo é absolutamente recomendado que o bloqueador solar seja passado em todo o corpo.

O horário mais adequado para a produção de vitamina D é justamente o mais perigoso para a pele, quando a radiação solar é mais intensa, das 10 às 15h. Os raios UV são muito agressivos e podem levar ao desenvolvimento de câncer de pele, por isso é preciso bom senso. Apenas alguns minutos ao sol são suficientes para que a pele sintetize boas quantidades de vitamina D. Não se exponha por períodos prolongados sem proteção.

Caso seu dermatologista prescreva proteção absoluta contra o sol, em todos os horários e todas as regiões do corpo, então talvez precise ser considerada a utilização de suplementos de vitamina D para garantir o suprimento adequado.

Para garantir sempre que suas taxas de vitamina D estão em dia, faça exames regularmente e converse com seu médico sobre as alternativas de como repor a vitamina caso seja necessário.

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