Fratura por Estresse – Sintomas, Tratamento e Dicas

Categorias: Exercícios / Musculação

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A fratura por estresse representa 10% de todas as fraturas esportivas, conforme informou a mestra em ortopedia e traumatologia, Ana Paula Simões.

Entre os grupos que possuem mais chances de sofrer com este problema estão os militares e pessoas que submetem-se a altas cargas de treinamento, como corredores, bailarinos e atletas que praticam saltos, como jogadores de vôlei e basquete.

O que é fratura por estresse?

De acordo com o fisioterapeuta Evaldo Bosio, trata-se de um desgaste dos ossos que acontece por conta da sobrecarga e de exercícios repetitivos de grande intensidade, que exigem bastante esforço do corpo.

O que ocorre é que o tecido ósseo tem a sua resistência máxima ultrapassada. Os ossos são submetidos a uma carga de trabalho muito alta, sem ter tempo para repouso. Além disso, nesses casos não há a chamada progressão da atividade, em que o corpo é trabalhado de maneira crescente, com a mudança do nível de esforço físico aos poucos.

O resultado disso é o desenvolvimento de uma fratura nas partes internas dos ossos. Se a fratura por estresse não for diagnosticada e tratada, ela pode evoluir para uma fratura completa.

Isso porque os ossos adaptam-se gradualmente ao aumento de carga de trabalho por meio de um processo natural chamado de remodelação. Durante este processo, o tecido ósseo é destruído para ser, então, reconstruído.

Quando os ossos são submetidos a uma força à qual não estão habituados sem que haja tempo suficiente para que as células que foram destruídas sejam reconstruídas, eles ficam mais propensos a sofrerem com a fratura por estresse.

Causas

A origem do problema pode estar associada a diversos fatores. Eles estão divididos em dois grupos extrínsecos (exterior) e intrínsecos (interior). Os extrínsecos referem-se ao tipo de treino, ao ritmo de treinamento, aos calçados e equipamentos esportivos utilizados, ao local de treinamento e à temperatura do ambiente onde as atividades são praticadas.

Os fatores intrínsecos estão relacionados à idade, ao sexo, à raça, à densidade e estrutura óssea, ao equilíbrio hormonal, menstrual, metabólico e nutricional, ao ritmo de sono e a doenças associadas aos colágeno.

De acordo com informações do Mayo Clinic, organização sem fins lucrativos da área de serviços médicos e pesquisas médico-hospitalares dos Estados Unidos, as fraturas por estresse também podem ser desenvolvidas pelo uso normal dos ossos que se encontram enfraquecidos em decorrência de condições como a osteoporose.

Os ossos afetados pela fratura por estresse

A condição pode atingir todos os tipos de ossos, entretanto, os mais atingidos são aqueles que suportam o peso corporal, com destaque para os membros inferiores.

A mestra em ortopedia e traumatologia, Ana Paula Simões, relatou que pesquisas realizadas com corredores indicaram que os ossos que mais sofrem com o problema são: a tíbia, os metatarsos, a fíbula, o fêmur e o navicular.

Sintomas da fratura por estresse

A condição apresenta os seguintes sintomas:

Ao experimentar esses sintomas, principalmente caso a dor já tenha se tornado severa e continue mesmo nos momentos de repouso, é fundamental buscar auxílio médico o mais depressa que conseguir.

O diagnóstico pode ser determinado por meio de exames físicos, histórico médico, exames de raio-X, escaneamento ósseo e exames de imagem por ressonância magnética.

Fatores de risco

Alguns fatores podem aumentar os riscos de que fratura por estresse seja desenvolvida. São eles:

Tratamento para a fratura por estresse

Depois de diagnosticado e classificado o seu risco é que o médico poderá dar início ao tratamento. Para as fraturas de baixo risco, a imobilização não costuma ser necessária, porém, pode ser utilizada durante um curto período.

Além disso, há a interrupção das atividades de impacto. No entanto, exercícios na água e atividade de alongamento e fortalecimento são permitidas com o objetivo de manter a condição muscular e cardiorrespiratória do paciente.

Dependendo do caso, o médico ainda pode recomendar a utilização de muletas para proteger as fraturas. Nos casos em que a dor causada pela fratura incapacita o paciente, o médico também pode indicar o uso de analgésicos e anti-inflamatórios durante períodos curtos de tempo.

Já nas fraturas de alto risco, o tratamento costuma ser mais rigoroso. O paciente tem a área que foi afetada imobilizada e precisa fazer repouso absoluto conforme as orientações do médico que acompanha o caso.

Se, ainda assim, não houver boa evolução, o médico provavelmente indicará a realização de um procedimento cirúrgico.

O tratamento deve ser seguido adequada e exatamente como recomendado pelo médico. Quando a fratura por estresse não é curada adequadamente, as dores crônicas podem surgir como consequência.

Além disso, é importante que o tratamento leve em conta e enfrente as causas subjacentes. Caso contrário, a pessoa terá maiores riscos de sofrer outra fratura por estresse.

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