Gengibre Faz Mal Para Gastrite?
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Conhecido por ser um alimento termogênico, ou seja, que contribui com o estímulo ao metabolismo, resultando na melhoria do processo de queima de calorias e gorduras por parte do corpo, o gengibre também possui propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e antimicrobianas.
Fonte de nutrientes como vitamina B6, zinco, potássio, magnésio e cobre, a raiz também pode ser utilizada para auxiliar o tratamento de problemas estomacais. O gengibre ainda é associado a benefícios como o combate ao mau hálito, náuseas, enjoo e digestão.
Outras vantagens atribuídas ao alimento são o alívio de dores relacionas à artrite e a colaboração com o tratamento de problemas de saúde como dores musculares, infecções do trato respiratório, asma e bronquite.
- Veja mais: Benefícios do gengibre – Para que serve e propriedades.
Mas será que mesmo com todas essas vantagens, existem casos em que a raiz pode causar prejuízos? Ou mesmo quem sofre com alguma condição de saúde como a gastrite pode consumir o gengibre sem problemas?
O gengibre faz mal para gastrite?
Quem recebe o diagnóstico de gastrite certamente sabe que precisará realizar algumas mudanças em seus hábitos alimentares como parte do tratamento da condição.
Isso porque a doença é caracterizada pela inflamação, erosão ou infecção do revestimento do estômago, o que exige evitar o consumo de alimentos que irritem ainda mais o estômago, como as bebidas ácidas.
Os alimentos gordurosos, que aumentam a inflamação do revestimento do órgão, também devem ser afastados do cardápio dos pacientes com gastrite, conforme informações do Centro Médico da Universidade de Maryland nos Estados Unidos.
Mas e quanto ao gengibre? Será que o gengibre faz mal para gastrite ou pode ser consumido tranquilamente pelas pessoas diagnosticadas com a doença?
Uma pesquisa divulgada no ano de 2005 na publicação Phytotherapy Research (Pesquisa sobre Fitoterapia, tradução livre) analisou os efeitos de 24 extratos botânicos – entre eles o gengibre – em 15 diferentes tipos de estirpes (grupos de bactérias) da Helicobacter pylori.
É importante saber que, assim como vírus, parasitas, fungos e o refluxo da bile para dentro do estômago, o uso de determinados medicamentos e o consumo de bebida alcoólica, a bactéria Helicobacter pylori é uma das possíveis origens de desenvolvimento da gastrite.
O resultado do estudo em questão foi que o extrato de gengibre foi apontado como um dos mais eficientes para eliminar a Helicobacter pylori, ao lado de outros ingredientes como o alecrim e a noz-moscada.
Moderação é a palavra chave
Isso significa que as pessoas que têm gastrite podem consumir o gengibre à vontade? Não necessariamente. A recomendação é utilizar a raiz com moderação enquanto experimenta os sintomas da doença.
Uma sugestão é fazer um pequeno teste, que consiste em comer uma quantidade pequena de gengibre e verificar como o organismo reage ao alimento.
Porém, isso não significa excluir a raiz de vez da dieta. Até porque ela também já foi apontada como um remédio natural para a gastrite. Alguns especialistas defendem que comer um pedaço pequeno de gengibre antes de uma refeição pode ajudar a estimular a digestão e auxiliar o tratamento da infecção causada pela doença.
O alimento pode ajudar em relação à gastrite por conta de suas propriedades anti-inflamatórias e antibacterianas, ajudando a diminuir a inflamação e aliviando alguns sintomas como inchaço, gases, dor no estômago, indigestão e náusea. No entanto, outros especialistas afirmam que é preciso ter cautela e cada pessoa deve testar para ver o resultado, já que para muitos pode não ser uma boa.
Por outro lado, a gastroenterologista Betânia Cavalcante também afirmou que não existe nenhum remédio natural contra a doença que seja comprovado cientificamente.
Cuidados com o gengibre
Agora que já entendemos se o gengibre faz mal para gastrite, chegou a hora de conhecermos algumas precauções necessárias em relação ao consumo do alimento.
Por exemplo, um dos problemas reside no fato de se tratar de um ingrediente termogênico. Alimentos termogênicos devem ser evitados por pessoas diagnosticadas com hipertireoidismo, devido ao risco deles causarem perda de massa muscular.
Crianças, mulheres grávidas e indivíduos com doenças como cardiopatias, alergias, úlceras e enxaqueca também não devem exagerar no consumo de termogênicos para não sofrerem com o aumento da pressão arterial, a redução dos níveis de açúcar no sangue (hipoglicemia), insônia, nervosismo e taquicardia.
Pessoas com distúrbios hemorrágicos devem evitar o gengibre pois ele favorece hemorragias. Por piorar quadros de doenças cardíacas, ele deve ser excluído da dieta de pessoas que sofrem com o problema.
O consumo de gengibre ainda pode causar desconforto estomacal, azia e diarreia. Por resultar na hipoglicemia, a presença do alimento da dieta de diabéticos pode exigir o reajuste nas doses de insulina que são aplicadas.
Mais sobre a gastrite
A condição pode ser manifestada de duas formas: a aguda – que dura um período curto de tempo e surge de repente – e a crônica – em que a duração é longa, podendo persistir por meses e até mesmo anos e é desenvolvida de maneira gradual.
Quando há um quadro de gastrite, ocorre o enfraquecimento da mucosa que protege a parede estomacal. O resultado disso é que os sucos digestivos produzidos pelo estômago danificam o tecido de revestimento do órgão.
Além do inchaço, dos gases, da dor no estômago, da indigestão e da náusea já citadas, a doença pode trazer os seguintes sintomas: azia, diminuição do apetite, soluço, fezes escuras e vômito, que pode vir acompanhado de sangue ou elementos parecidos com borras de café.
Ao perceber esses sintomas, é fundamental buscar ajuda médica para descobrir se tem a doença ou não. E uma vez que o diagnóstico for confirmado, é essencial seguir as orientações do médico em relação ao tratamento, o que envolve as mudanças da dieta.
É ele quem poderá determinar os parâmetros de alimentação ideais para cada caso, inclusive dizer se o gengibre faz para gastrite em seu caso ou não. Até porque os dados aqui passados podem dar uma noção de como o alimento age no organismo de quem tem a doença, mas só o médico poderá determinar se ele realmente pode ajudar e em que quantidades deve ser consumido.