IMC – Novo Cálculo – O Que Muda? Entenda Mais

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Ao subir numa balança comum, teremos um valor numérico que nos indicará o nosso peso, porém, atualmente, essa informação não é suficiente. Não sabemos quanto desse peso é gordura ou massa muscular.

Tomemos como exemplo a seguinte situação: duas pessoas, com a mesma idade, mesma altura, mesmo sexo, e mesmo peso, porém, uma delas é atleta e a outra sedentária, portanto, com estilos de vida completamente diferentes. Obviamente, poderão apresentar o mesmo peso, no entanto, uma delas terá boa parte desse peso em músculos, enquanto a outra, apresentará mais gordura.

Portanto, a balança nos diz apenas se estamos mais pesados ou mais leves, nada mais. Isso é pouco.

A partir daí, foi preciso que se desenvolvesse uma informação mais relevante, algo que sugerisse alguma relação entre o peso e a altura, para ser possível definir melhor esses parâmetros. Foi o que o astrônomo belga Quetelet fez no século passado, desenvolvendo uma fórmula que calculasse o IMC.

O que é IMC?

IMC é a sigla para Índice de Massa Corporal. Esse cálculo, de Quetelet, indica se uma pessoa está com o peso excessivo em relação à sua altura. O IMC tem o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde, e seu valor é expresso em kg/m².

Apesar de ser mundialmente aceito, hoje se mostra obsoleto, pois, é um indicador limitado, porque ao mostrar sobrepeso, não saberemos sua origem, se por músculo ou gordura, nem tampouco a sua distribuição pelo corpo.

Fórmula atual do IMC

É bastante simples, bastando que se saiba o peso e a altura atuais. A fórmula para o cálculo do IMC é a seguinte:

A partir dessa fórmula, teremos um valor, diferente para cada pessoa, mas, o que esse resultado significa?

É um número que mostra que a pessoa está abaixo do peso normal. Poderá estar ocorrendo um quadro de desnutrição, bulimia, anorexia. É preciso estar atento.

Essa é a faixa de peso considerada normal. As pessoas que atingiram esses valores deverão mantê-los.

Aqui, as pessoas se encontram acima do peso. É um sinal para começar a mudar hábitos, e avaliar o que deve ser mantido ou excluído da dieta.

As pessoas que atingirem esses números, se situam na faixa de obesidade grau I, devendo iniciar uma dieta urgente, e uma rotina de exercícios diários. Se ainda não desenvolveram hipertensão e/ou diabetes, estão bastante próximos disso.

Essa é faixa de obesidade grau II, considerada severa, e bem preocupante, pois está bastante próxima da morbidez. As doenças provocadas pelo peso excessivo, provavelmente já acometeram essas pessoas.

Registra um quadro de obesidade mórbida. Nessa faixa, há grandes riscos para a saúde. Muito provavelmente, quem atinge esse índice já deverá apresentar sintomas como dores articulares, cansaço, dificuldade para algumas tarefas simples do dia a dia, respiração ofegante com pouca atividade, etc. É um alerta vermelho.

Novo IMC – Como Calcular

Como o antigo IMC deixa dúvidas, a USP de Ribeirão Preto começou a desenvolver uma pesquisa para chegarmos a um IMC brasileiro, levando em conta também a massa gorda, mas também voltado para nossos hábitos, nossa genética, nosso biotipo. Há uma tendência mundial em adaptar esse cálculo de acordo com o modo de vida de cada país.

Encabeçada pela nutricionista Mirele Miaclich Grecco, a pesquisa não abre mão da relação entre peso e altura, estabelecida pelo IMC tradicional, porém, agrega fatores importantes, cujos resultados poderão trazer mudanças individuais para cada uma das faixas de IMC, já discutidas anteriormente.

Nova fórmula do IMC proposta pela USP

A partir dos novos estudos realizados pela USP, chegou-se a uma nova fórmula. Vamos ver como calcular o IMC, seguindo conceitos mais atuais.

Esses novos índices, caso a fórmula passe a vigorar oficialmente, tirará muitas pessoas da zona de conforto, colocando-as numa faixa diferente. O que antigamente era considerado obesidade a partir dos 30 kg/m², passará a ser 28kg/m² para os homens e 25kg/m² para mulheres.

Como saber o percentual de gordura?

Não encontraremos dificuldade em saber o nosso peso, nem a altura, mas, por enquanto, a nova equação tem um fator desfavorável: como saberemos nosso percentual de gordura corporal, a famosa “massa gorda”?

Por enquanto, esse valor poderá ser obtido em academias e junto a profissionais da área de nutrição e saúde, por meio de bioimpedanciometria.

Como é visualmente o percentual de gordura do homem e da mulher?

Para você ter uma ideia de como se traduz um valor de percentual de gordura no corpo do homem e no da mulher.

Veja também o artigo: Como Identificar Rapidamente Seu Percentual de Gordura Corporal

O que é bioimpedanciometria?

Bioimpedanciometria é um exame realizado num aparelho semelhante a uma balança comum. Esse aparelho, além do peso, nos dará outros índices importantes. Entenda melhor como funciona no vídeo abaixo:

Veja também:

Novos cálculos também na Inglaterra

Não é só por aqui que o antigo IMC está se tornando obsoleto. Outros povos procuram maneiras de trazer índices mais realistas sobre massa magra e massa gorda em nosso corpo.

Pesquisadores ingleses, preocupados com o risco cardíaco e para diabetes, chegaram à conclusão que a relação entre cintura e altura são mais confiáveis do que somente o IMC.

A médica Margareth Ashwell (Oxford Brookes University), desenvolveu uma fórmula muito simples, onde a circunferência da cintura deverá atingir, no máximo, a metade da altura, ou seja, um homem com 1,80m não poderá ter mais que 90 cm de cintura. A partir daí, já se considera um sinal de risco.

Trata-se de um passo adiante, uma vez que atualmente se considera a medida máxima da circunferência da cintura em 102 cm para homens, e 88 para mulheres, porém, esses índices desconsideram a altura.

A importância de se acompanhar a gordura na região da cintura está diretamente ligada à gordura visceral, e seus malefícios, pelo fato dessa gordura se acomodar entre os órgãos.

Essa nova medida já está sendo adotada nos Estados Unidos, Japão, Austrália, e vem chegando ao Brasil.

Considerações finais

Tudo nos leva a crer que a partir de agora, os cálculos relacionados ao peso, altura, massa magra, etc, serão baseados em algumas fórmulas, e não somente no IMC, que embora ultrapassado, ainda será utilizado por um bom tempo. Vamos aguardar até que os novos cálculos entrem em vigor, para acompanhar as mudanças e benefícios a eles agregados.

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