Luxação no Joelho – O Que é, Como Tratar, Sintomas e O Que Fazer

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Os problemas ortopédicos são bastante comuns no dia a dia. Em geral, as doenças ortopédicas são compostas por fraturas, doenças articulares, lesões nos músculos e tendões, doenças infecciosas, alterações metabólicas, entre outras.

Com o aumento expressivo do número de veículos nos últimos anos, principalmente de motos, houve um aumento das lesões dos membros inferiores, em especial as lesões do joelho, tornando-se um problema de saúde pública e que gera alto custo econômico e social.

Vamos entender abaixo o que é a luxação no joelho, saber como tratar este problema, conhecer mais sobre os sintomas e o que fazer para resolver adequadamente.

O que é a luxação no joelho?

A luxação no joelho é considerada uma das lesões mais graves nas articulações. Historicamente, esta lesão é descrita como rara e incomum, representando 0,2% das lesões ortopédicas e 0,5% das luxações, porém, com o aumento da prática de exercícios físicos ao longo dos anos e também devido à melhoria no atendimento de pacientes com este tipo de trauma, os índices registrados deste tipo de lesão aumentaram consideravelmente.

Os ossos do joelho são mantidos unidos por fortes faixas de tecido chamadas de ligamento. Cada um destes ligamentos é responsável por estabilizar o joelho em determinada posição. Para que ocorra uma luxação no joelho, estes ligamentos precisam rasgar, sendo danificados. Quando ocorre um deslocamento parcial, esta é chamada de subluxação.

O joelho é composto pela articulação do fêmur com a tíbia e do fêmur com a patela, contendo quatro ligamentos chamados de ligamento cruzado anterior, ligamento cruzado posterior, ligamento colateral medial e ligamento colateral lateral, e dois meniscos, o medial e o lateral. Além disso, o joelho contém a cartilagem articular e também a membrana sinovial que produz o líquido responsável por lubrificar todas estas estruturas.

A luxação no joelho é caracterizada pelo deslocamento completo da articulação tíbio femoral, resultando na lesão de dois ou mais dos quatro principais ligamentos do joelho, podendo ser causado por trauma direto ou indireto. Apesar de ser mais incomum, a luxação no joelho pode deixar sequelas graves ou até mesmo causar a perda do membro acometido devido aos danos gerados nas estruturas neurológicas e vasculares.

Os sintomas podem ser bastante aparentes, principalmente após o trauma, ou mais sutis. Muitas pessoas só percebem algo diferente quando sentem certo desconforto na região do joelho. A limitação dos movimentos, a presença de dor na região medial ou lateral, assim como inchaço, também estão entre os principais sintomas. O paciente deve buscar ajuda médica assim que perceber qualquer alteração na região do joelho.

A lesão no joelho sempre causará dor severa, às vezes o paciente pode não sentir nada abaixo do joelho. O joelho também pode ficar inchado de líquido e fica doloroso com qualquer movimento. Sintomas muito graves incluem perda de pulsação abaixo do joelho ou perda de sensação e movimento na região da lesão. Dor extrema ou inchaço após uma lesão grave também são comuns.

Quais os tipos de lesões mais comuns no joelho?

Em geral, as luxações são mais comuns em pacientes jovens e do sexo masculino, sendo classificados como traumas de alta energia, que estão bastante relacionados a acidentes com automóveis, em metade dos casos, depois seguido por traumas de baixa energia como as entorses e traumas esportivos e, por fim, por traumas de ultrabaixa energia como, por exemplo, uma queda da própria altura que é comum em pacientes idosos e com obesidade.

O diagnóstico é feito através do histórico do paciente, do mecanismo de trauma, além do exame físico e da realização de exames médicos específicos como a radiografia simples do joelho que foi afetado. Clinicamente, o joelho pode apresentar luxação com deformidade evidente ao exame físico, porém, existem casos em que o joelho apresenta uma luxação considerada silenciosa, em que é importante que se avalie mais o histórico e também faça uma verificação adequada para identificar qualquer lesão vascular.

Considera-se uma luxação silenciosa quando o paciente apresenta uma instabilidade ao exame físico de dois ou mais dos quatro principais ligamentos. No exame físico, o médico deve considerar o estado neurovascular do membro traumatizado, avaliando-se a cor, a temperatura, o enchimento capilar distal ao joelho, assim como a palpação dos pulsos tibial pedioso e posterior.

A luxação é classificada por dois tipos, a completa que é aquela em que os ossos que constituem uma articulação se desconectam por completo, e a luxação incompleta, que também é chamada de subluxação, e que é caracterizada pelo deslocamento dos ossos que ocorre de forma reduzida, em que os ossos não se separam completamente. Veja, a seguir, quais são as principais lesões no joelho:

O que fazer e como tratar a luxação no joelho?

Os principais exames realizados para o diagnóstico da lesão são os exames de raio-X, que ajudam a verificar qualquer quebra nos ossos, o exame de pulsos, que ajuda a verificar qualquer dano nas artérias do joelho, a arteriografia, que é um raio-X da artéria e para verificar o fluxo sanguíneo da mesma, e o exame de nervos, para verificar os grupos musculares e se este foram danificados – neste caso, qualquer sensação de dormência é preocupante para a lesão nervosa.

Após a adequada realização de todos os exames e montagem do diagnóstico, a luxação fechada deve ser preferencialmente reduzida, ou seja, o osso deve ser colocado no local de origem. Esta redução é feita sob o efeito de anestesia, realizando-se a tração do membro e reversão da deformidade.

Após a redução, o membro inferior deve ser imobilizado com o joelho em 20 graus de flexão. Isto é feito de forma a prevenir a subluxação posterior da tíbia, que pode colocar em risco a artéria poplítea.

É importante que esta primeira abordagem seja feita para identificar uma possível lesão vascular e para que seja realizada a rápida intervenção, pois lesões vasculares com mais de oito horas de evolução podem aumentar consideravelmente os riscos de amputação no paciente, sendo de fundamental importância a busca por auxílio médico logo que haja algum sintoma.

Muitos dos casos de luxação no joelho irão necessitar de intervenção cirúrgica, principalmente os casos de luxação exposta, luxação no joelho irredutível e luxações associadas a lesão vascular. Durante o tempo de recuperação, que irá variar para cada tipo de luxação, alguns medicamentos são prescritos pelo médico para que o paciente possa suportar a dor.

Estes remédios normalmente são analgésicos ou anti-inflamatórios não esteroides, entre eles o diclofenaco, o ibuprofeno, o naproxeno e o paracetamol. Após a recuperação da articulação, recomenda-se a realização de algumas sessões de fisioterapia, para que haja a recuperação completa dos movimentos.

Conclusão

A luxação no joelho é considerada uma das lesões mais graves nas articulações. Esta luxação é caracterizada pelo deslocamento completo da articulação tíbio femoral, resultando na lesão de dois ou mais dos quatro principais ligamentos do joelho, podendo ser causado por trauma direto ou indireto. Apesar de ser mais incomum, a luxação no joelho pode deixar sequelas graves ou até mesmo causar a perda do membro acometido devido aos danos gerados nas estruturas neurológicas e vasculares.

Após a adequada realização de todos os exames e montagem do diagnóstico, o osso deve ser colocado no local de origem, sendo feito com anestesia, e o membro inferior deve ser imobilizado. Muitos dos casos de luxação no joelho irão necessitar de intervenção cirúrgica e posterior fisioterapia. Durante o tempo de recuperação, que irá variar para cada tipo de luxação, alguns medicamentos são prescritos pelo médico para que o paciente possa suportar a dor.

Referências adicionais:

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