O Adoçante Aspartame Faz Mal?

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Com a vantagem de oferecer o gostinho doce aos alimentos em que são colocados, sem aumentar os níveis de glicose no sangue, os adoçantes apareceram como um substituto do açúcar na dieta de pessoas que não podem ingerir o ingrediente, como é o caso daquelas diagnosticadas com diabetes.

Por serem compostos por uma quantidade menos elevada de calorias que o açúcar convencional (uma colher de chá de açúcar possui 100 calorias e um sachê de adoçante tem zero calorias em muitos casos), eles também passaram a fazer parte das refeições de pessoas que desejam diminuir ou manter o peso.

Quem presta atenção nas prateleiras dos supermercados onde faz compras, provavelmente já deve ter observado que existem diversas opções de adoçante. Será que, por exemplo, o adoçante aspartame faz mal ou é uma boa opção para substituir o açúcar na dieta? Se não, qual deles utilizar?

Conheça mais sobre o aspartame

O aspartame é um adoçante composto por dois aminoácidos – o ácido aspártico e a fenilalanina – que são encontrados naturalmente em alimentos. Ele foi descoberto no ano de 1965 pelo químico Jim Schlatter, é em torno de 180 a 200 vezes mais doce do que o açúcar e costuma ser bastante utilizado em bebidas dietéticas.

Ele não pode ser utilizado para cozinhar, pois perde suas propriedades quando é submetido a altas temperaturas.

O adoçante aspartame faz mal?

O fato de um produto ser aprovado para venda não significa que ela seja 100% seguro para a saúde de todas as pessoas. Por exemplo, o adoçante aspartame faz mal para indivíduos que foram diagnosticados com uma doença genética conhecida como fenilcetonúria.

Isso porque as pessoas que possuem a condição não são capazes de quebrar a fenilalanina, encontrada no aspartame, já que seus organismos não produzem uma quantidade suficiente da enzima responsável por essa tarefa.

Ao consumir alimentos, bebidas ou substâncias com taxas significativas de fenilalanina, o risco é que o composto fique armazenado no corpo e cause prejuízos como problemas mentais e lesões cerebrais.

De acordo com informações do National Health Service (Serviço Nacional de Saúde, tradução livre, NHS, sigla em inglês), futuras mães com fenilcetonúria que não controlam sua ingestão de fenilalanina podem dar à luz bebês com doenças congênitas do coração, microcefalia e função neurológica comprometida.

O uso do adoçante é controverso e ele já foi apontado como causador de problemas como dor de cabeça, síndrome de fadiga crônica, perda de memória, alergia, nascimento de bebês prematuros, danos no fígado, tonturas, além do aumento de casos de esclerose múltipla, doença de Alzheimer e câncer.

Um relatório de 1996 chegou inclusive a associar o aspartame ao crescimento no número de diagnósticos de tumor cerebral. Entretanto, tal relatório apresentava pouca base científica e estudos realizados posteriormente indicaram que o adoçante era seguro para consumo.

Outra crítica que o aspartame recebe refere-se aos aminoácidos presentes em sua composição. Ainda que sejam encontrados naturalmente em alimentos, acredita-se que devido ao fato deles aparecerem sozinhos no adoçante – e não acompanhados por outros aminoácidos que podem eliminar seus efeitos maléficos –, são capazes de entrar no sistema nervoso em altas concentrações e trazerem prejuízos à saúde.

Além disso, quando ingerido o aspartame é quebrado em três componentes: seus dois aminoácidos e um composto chamado metanol. Ao ser encontrado em sucos de frutas e bebidas alcoólicas, o metanol é acompanhado pelo etanol, que serve como um antídoto para seus efeitos tóxicos.

No entanto, o que acontece em relação ao adoçante é que 10% dele é absorvido em forma de metanol pela corrente sanguínea. Segundo o órgão Food and Drug Administration (Administração de Drogas e Alimentos, tradução livre) dos Estados Unidos, o consumo de metanol na dieta de uma pessoa adulta não deve passar de 500 mg diariamente. Um litro de uma bebida adocicada com aspartame possui 56 mg de metanol.

A intoxicação por metanol pode trazer problemas como fraqueza, tontura, dor de cabeça, náusea, vômito, visão borrada, cegueira e inclusive a morte.

Uma pesquisa publicada em 2005 no European Journal of Oncology (Jornal Europeu de Oncologia, tradução livre) mostrou que o aspartame causou linfomas e leucemia em ratas fêmeas. A quantidade do adoçante suficiente para causar as doenças foi igual à que é encontrada em oito latas de refrigerante por dia para adultos ou em duas latas para crianças. 12 dos 1,5 mil animais que ingeriram o aspartame também foram diagnosticados com tumores cerebrais.

Por outro lado, um estudo realizado no ano seguinte pelo National Cancer Institute (Instituto Nacional do Câncer, tradução livre) dos Estados Unidos que avaliou cerca de 500 mil pessoas concluiu que o aspartame não aumenta os riscos de desenvolvimento de leucemia, linfoma ou câncer no cérebro.

Além disso, uma pesquisa executada pela European Food Safety Authority (Autoridade Europeia de Segurança de Alimentos, tradução livre, EFSA, sigla em inglês) afirmou que o aspartame é seguro para o consumo humano, incluindo mulheres grávidas e crianças.

Conclusão: o adoçante aspartame faz mal ou não?

A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que um adulto de 70 kg não ultrapasse a ingestão de 2800 mg ou 90 sachês de aspartame diariamente. Isso equivale a mais de 15 latas de refrigerante adoçado com esse ingrediente. Para pessoas com outros pesos, o cálculo baseia-se em 40 mg do adoçante por quilo de peso corporal.

Embora muitas fontes sejam muito alarmistas com relação ao consumo, não foi provado de forma consistente que o adoçante aspartame faz mal. Grande parte dos especialistas afirmam que você não deveria se preocupar se o consome em baixas quantidades.

Que adoçante devo usar?

Entre os adoçantes mais indicados para uso, encontram-se a stévia – que é natural e pode ser consumida até mesmo por gestantes e crianças -, a sucralose – que apesar de ser artificial, não apresenta grandes ressalvas à saúde, segundo o que pesquisas informaram, exceto pelo fato de ser contraindicada para pessoas que sofrem com distúrbios na tireoide –, e o manitol – outro que é natural, porém, não deve ser consumido em doses elevadas por poder trazer um efeito laxante.

No entanto, para ter segurança em relação ao seu adoçante, visto que cada tipo pode apresentar restrições e ser indicado para cada tipo de pessoa, o ideal é que você consulte o seu médico a respeito de qual deles é o mais indicado para o seu caso.

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