Ômega 6: Para Que Serve, Benefícios e Efeitos Colaterais

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A maioria das pessoas já ouviu falar em “ômega 3” ou pelo menos viu a palavra estampada em embalagens de alimentos no supermercado, porém poucas pessoas conhecem uma outra substância tão importante quanto: o ômega 6. Assim como o ômega 3, o ômega 6 é um ácido graxo essencial para o funcionamento do corpo humano. Porém, nós não produzimos esses ácidos e temos que consumi-los através da comida.

O ômega 6 é essencial para manter as funções cerebrais saudáveis e funcionando no ritmo certo. Ele também é importante para saúde da pele, dos cabelos, dos ossos, para regular o metabolismo e manter o sistema reprodutivo funcionando.

Mas como tudo, o ômega 6 só é saudável se for consumido moderadamente. Dietas ricas em fast food, comida congelada e outros alimentos altamente calóricos podem causar excesso da ômega 6 no corpo. Assim como consumir menos que o necessário pode causar problemas, consumir em excesso também. Por isso é importante saber qual a quantidade indicada e quais alimentos são ricos em ômega 6.

Para que serve o ômega-6?

A principal função do ômega 6 é incentivar o crescimento celular, sendo fundamental para o desenvolvimento do cérebro, músculos, pele e cabelo. Por isso, ele é muito procurado por atletas. Outro benefício importante dele também é manter o sistema nervoso funcionando adequadamente.

Esse ácido graxo também é importante na produção de hormônios que ativam o sistema imunológico, reduzem o acúmulo de líquidos no corpo, são responsáveis pelos espasmos dos vasos sanguíneos, pela dor e a inflamação. Esses dois últimos são fundamentais para a saúde porque nosso corpo precisa da dor para prevenir danos e a inflação é uma maneira de ativar o sistema imunológico.

A carência desses hormônios pode causar uma série de problemas cerebrais como depressão, esclerose múltipla, bipolaridade, esquizofrenia, déficit de atenção, entre outros.

GLA

Há muitos tipos de ômega 6, e o que tem mais benefício comprovados é o ácido gamalinolénico (GLA) que é encontrado em vários óleos vegetais, incluindo óleo de prímula (EPO), óleo de borragem e óleo de semente de groselha negra.

Apesar do ômega 6 em geral ser responsável pela inflamação, o GLA faz o trabalho inverso, funcionando como um anti-inflamatório poderoso e desacelerando o processo de envelhecimento, melhorando o funcionamento dos pulmões, do coração, condições autoimunes e anormalidades metabólicas como diabetes.

Pesquisadores descobriram que o GLA regula a molécula mestre da inflamação chamado fator nuclear kappa beta, ou NF-kappaB, evitando processos inflamatórios que podem causar doenças graves, com a aterosclerose.

Essa condição é um processo inflamatório que pode ser melhorado com a dosagem certa de GLA. Em estudos com animas e humanos, o GLA mostrou também que reduz a tendência das plaquetas se agregarem e entupirem vasos sanguíneos, que pode causar problemas mais graves.

Outras pesquisas ainda apontam que consumir GLA ajuda a prevenir e combater a diabetes, a obesidade, o câncer e a asma. Para completar, o GLA ainda traz o benefício de diminuir a quantidade do LDL (colesterol ruim) e dos níveis de triglicerídeos enquanto aumenta a quantidade do HDL (colesterol bom).

Outros benefícios do ômega-6:

– Artrite reumatoide

Estudos apontam que o ômega 6 consumido através de óleo de prímula (EPO) reduz a dor, inchaço e rigidez matinal. Porém, outras pesquisas não mostraram resultados.

– Osteoporose

Pesquisas apontam que pessoas que tem deficiência de ácidos graxos em geral tem maior probabilidade de sofrer com osteoporose. Mulheres com mais de 65 anos que tomaram suplementos de GLA combinado com EPA (tipo de ômega 3) tiveram menos perda óssea em três anos comparando as que tomaram um placebo.

– Neuropatia diabética

Pesquisas apontam que o ômega 6, principalmente o GLA. reduz os sintomas de dor nos nervos se forem tomados por seis meses ou mais. Porém, ele é mais benéfico para quem tem controle do nível de açúcar no sangue.

– Câncer de mama

Um estudo aponta que o GLA inibe a atividade do tumor em pacientes com câncer de mama. Outra pesquisa mostrou que mulheres que consomem GLA passam a responder melhor ao remédio tamoxifen, comparando com as que não tomaram o suplemento. Porém, alguns pesquisadores acreditam que uma dieta rica em ômega 6 pode levar ao desenvolvimento deste tipo de câncer.

– Mastalgia

Pesquisas apontam que óleo de prímula pode ajudar a diminuir as dores no peito de pessoas que sofrem com mastalgia clínica, além de reduzir sintomas a um mínimo em pessoas que sofrem com mastalgia não clínica. Apesar disso, é importante ressaltar que o óleo de prímula não se mostrou eficiente para dores mais severas.

– Hipertensão

Estudos apontam que consumir GLA, tanto sozinho quanto combinado com ômega 3, reduz a pressão sanguínea. Uma pesquisa acompanhou homens com hipertensão que tomaram 6g de óleo de groselha (rico em GLA) e diminuíram a pressão sanguínea significantemente comparando com aqueles que tomaram um placebo.

Cientistas também estudaram pessoas com dores nas pernas causados por bloqueios de vasos sanguíneos. Os participantes tiveram uma redução na pressão arterial sistólica depois de tomarem GLA combinado com ômega 3.

– Eczema

Estudos apontam que consumir óleo de prímula ajuda a reduzir os sintomas de eczema. Porém um estudo que observou pacientes que tomaram o óleo de 16 a 24 semanas não encontrou nenhuma melhora.

– Alergias

O ômega 6 é popularmente famoso por diminuir os sintomas de alergias. Um estudo mostrou que mulheres alérgicas tem menos GLA no sangue e leite materno do que as que não são alérgicas. Porém, não há estudos que comprovam a relação.

– Déficit de atenção

Uma série de pesquisas sugere que crianças que sofrem com déficit de atenção tem baixos níveis de ácidos graxos, que são fundamentais para a saúde cerebral e comportamental. Porém, pesquisadores que deram óleo de prímula para pacientes não encontraram resultados.

Efeitos colaterais e advertências

Como alguns ácidos graxos ômega 6 ajudam a desenvolver inflamações, é preciso ter cuidado com o seu consumo. Estudos apontam que o excesso de ômega 6 pode estar relacionado com a Síndrome Dolorosa Regional Complexa.

Pessoas que sofrem com distúrbio convulsivo, devem tomar cuidado extra. Há relatos de que suplementos, como o óleo de prímula, causam convulsões. Os relatos pioram em caso de combinação com anestésicos.

Outras preocupações tem que ser tomadas: consumir fontes de GLA durante a gravidez pode causar parto prematuro, o excesso de ômega 6 pode levar ao desenvolvimento de tumor de próstata, doses acima de 3000 mg por dia de GLA pode causar aumento dos processos inflamatórios e o óleo de prímula tem efeitos colaterais como dor de cabeça, dor abdominal, naúsas e fezes soltas.

Pessoas que tomam medicamentos também tem que cuidar com o uso de suplementos de ômega 6. Se você toma qualquer um dos medicamentos abaixo, converse antes com o seu médico.

Quantidade indicada

O ômega 6 deve ser consumido proporcionalmente ao ômega 3 em uma proporção dois para um. Ou seja, você deve consumir o dobro de ômega 6. Porém, muitas pessoas que tem uma alimentação rica em comida congelada, fast food e outras comidas altamente calóricas consomem em uma proporção 15 para um. Esse excesso pode causar uma série de problemas de saúde.

Porém, quando se trata de GLA, a maioria das pessoas não consome o bastante tanto por causa de uma dieta ineficiente quanto porque a enzima responsável por processar a substância fica menos ativa com a idade.

Fontes de ômega 6

As principais fontes de ômega 6 são azeite de oliva, germe do trigo, sementes de uva, pistache, óleo de gergelim, sementes de abóbora, óleo de semente de chia, óleo de cártamo, óleo de girassol, óleo de semente de algodão, nozes e sementes em geral. Como são alimentos comuns na dieta da maioria das pessoas, não tente consumir mais ômega 6 sem falar com seu médico antes.

Fontes de GLA

Além do popular óleo de prímula (EPO), o GLA também pode ser encontrado no óleo de semente de groselha negra, óleo de sementes de cânhamo e óleo de borragem.

Referências

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  3. Surette, Marc E., Dean Stull, and Julianne Lindemann. “The impact of a medical food containing gammalinolenic and eicosapentaenoic acids on asthma management and the quality of life of adult asthma patients.” Current Medical Research and Opinion® 24.2 (2008): 559-567.
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Fonte

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