Osteoporose – O Que é, Sintomas, Tratamento, Causas e Dicas
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Dados indicam que 10 milhões de brasileiros sofrem com a osteoporose, uma doença que ataca ambos os sexos – embora seja mais prevalente em mulheres na pós-menopausa.
Silenciosa, a osteoporose se caracteriza pelo enfraquecimento dos ossos, sendo atualmente responsável por mais de 9 milhões de fraturas ao ano, apenas no Brasil. Vamos conferir o que é osteoporose exatamente? Será que seria possível evitá-la?
Saiba mais
Nossos ossos são estruturas vivas que estão em um constante processo de renovação, ou seja, a todo instante há osso sendo formado e osso sendo “degradado”. Esse mecanismo é necessário para a regeneração de pequenas lesões geradas pelos traumas mecânicos a que somos habitualmente submetidos.
Quando somos mais jovens, o equilíbrio pende para o lado da formação. Isso significa que, durante as primeiras décadas de vida, nosso corpo produz mais massa óssea do que efetivamente desconstroi.
Com o passar dos anos, no entanto, começamos a perder mais massa óssea do que conseguimos reconstruir, isto é, o processo de reabsorção óssea é mais intenso do que a síntese de osso novo.
Mas o que é a osteoporose exatamente?
O termo osteoporose significa, literalmente, ossos porosos (osteo= ossos, e porose= poroso). Trata-se de uma doença que causa perda de massa óssea e leva à fragilização dos ossos.
A osteoporose reduz a densidade dos ossos, tornando-os menos resistentes aos choques mecânicos que ocorrem rotineiramente. Em alguns casos, os ossos ficam tão fragilizados que uma queda leve ou mesmo o ato de se curvar podem resultar em fraturas.
Na maioria das situações, os ossos mais suscetíveis à fratura ocasionada pela osteoporose são os dos quadris, punhos e coluna.
Causas da Osteoporose
Mulheres na pós-menopausa e idosos formam o principal grupo de risco para a osteoporose. No primeiro caso, isso ocorre porque a menopausa promove uma queda na produção de estrogênio.
Este hormônio regula os osteoclastos, que são as células que reabsorvem a matriz óssea, regeneram e remodelam o tecido ósseo.
Já a osteoporose associada à idade ocorre porque, a cada década, há uma perda natural de massa óssea em nosso organismo. A partir dos 50 anos de idade, nada menos que 0.5% da massa óssea é perdida a cada ano, apenas como resultado do envelhecimento.
Outras possíveis causas da osteoporose incluem:
- hereditariedade (quem tem um familiar direto com a doença tem um risco 50-85% maior de desenvolver osteoporose);
- queda nas taxas de testosterona (em homens);
- problemas na tireoide ou nas glândulas suprarrenais;
- sedentarismo;
- deficiência de cálcio e vitamina D (esta última causada pela baixa exposição ao sol);
- tabagismo (estudos indicam uma associação direta entre o uso de cigarro e uma menor densidade óssea);
- consumo de bebidas alcóolicas (a ingestão regular de mais de duas doses diárias de álcool eleva o risco de osteoporose);
- uso prolongado de determinados medicamentos, como antidepressivos, cortisona, heparina, varfarina, carbamazepina, metrotexato, levotiroxina, furosemida e fenitoína
Outros possíveis fatores de risco para osteoporose: anorexia, porte físico mais frágil (pessoas com estrutura física naturalmente menor estão mais propensas à doença), depressão, hipertireoidismo, doença celíaca, anemia, mieloma e doença de Crohn.
Sintomas da osteoporose
Praticamente não existem sintomas nas primeiras fases de perda de massa óssea. Com o passar do tempo, o enfraquecimento ósseo causado pela osteoporose pode causar sintomas como:
- Perda de estatura (tem-se de fato a percepção de que a pessoa “encolheu”);
- Dores nas costas, que podem ser causadas pela fratura de uma das vértebras;
- Fraturas (aparentemente “bobas”) nas vértebras, quadril ou punho;
- Deformidades na coluna vertebral, como a cifose (postura severamente inclinada).
Diagnóstico
O diagnóstico da osteoporose é feito através da densitometria óssea. Por meio de uma comparação com a densidade óssea de pessoas jovens, o teste irá fornecer um dos resultados abaixo:
- Densidade óssea normal;
- Osteopenia (há uma redução da densidade óssea, mas ainda não tão avançada quanto a osteoporose);
- Osteoporose.
A osteopenia pode ser definida como uma pré-osteoporose, onde já existem sinais de diminuição da quantidade de minerais (sobretudo o cálcio e o fósforo) nos ossos.
Nem todas as pessoas com osteopenia irão desenvolver osteoporose, e pelo menos parte da evolução da condição pode ser contida com as dicas listadas abaixo para prevenir osteoporose.
Como Prevenir a Osteoporose
A prevenção ainda é o melhor tratamento para a osteoporose. Isso porque, excetuando-se os casos em que não é possível eliminar os fatores de risco (como hereditariedade, porte físico, menopausa), existem mudanças nos hábitos que podem ser bastante eficazes na manutenção da saúde óssea.
Além disso, apesar de parecer óbvio, nunca é demais lembrar que as fraturas ósseas são praticamente irreversíveis e, em muitos casos, demoram a cicatrizar.
Veja dicas de como prevenir a osteoporose:
1. Consuma alimentos com alto teor cálcio
A dieta para prevenir ou tratar a osteoporose deve conter muitos alimentos ricos em cálcio. Homens e mulheres com idades entre 18-50 anos necessitam de 1.000mg de cálcio diariamente.
A partir dos 50 anos, as mulheres necessitam de 1.200 mg, e o homens passam a precisar da mesma quantidade a partir dos 70 anos.
Além dos laticínios com baixo teor de gordura, outras fontes de cálcio na dieta são a couve, espinafre, brócolis, feijão branco, grão de bico, gergelim, sardinha, tofu e figos secos.
2. Preste atenção aos níveis de vitamina D
A vitamina D é fundamental para que o corpo possa absorver o cálcio adequadamente. É possível obtê-la através da exposição direta ao sol – duas horas semanais já seriam suficientes.
Porém, como a idade reduz a eficiência do organismo em sintetizar a vitamina D, apenas sentar-se sob o sol alguns minutos todos os dias pode não ser suficiente para todas as pessoas.
Caso seus níveis de vitamina D no sangue estejam abaixo do ideal, o médico poderá prescrever um suplemento para restabelecer a concentração da vitamina no sangue.
3. Exercite-se
Pode parecer contraditório, mas os exercícios (que causam microlesões) podem ajudá-lo a ter ossos mais fortes e menos propensos às fraturas. Quanto mais jovem você for ao iniciar um programa de atividade física, maiores serão os benefícios futuros à saúde óssea.
Mas isso não significa que se exercitar mais tarde não traga muitas vantagens: na verdade, as atividades físicas são fundamentais para a reconstrução óssea em qualquer momento da vida.
Para melhores resultados na prevenção e tratamento da osteoporose, combine exercícios de força e resistência.
Enquanto os treinos de força fortalecem os músculos e ossos nos braços e na parte superior da coluna, exercícios de resistência (como a caminhada e a corrida) são ótimos para os ossos das pernas, quadris e coluna lombar.
A fim de obter melhores resultados, dê preferência aos exercícios de impacto leve-moderado, que irão estimular o processo de degradação e reabsorção óssea.
4. Mude os hábitos
Ao mesmo tempo em que cuida da dieta e começa a se exercitar, você deverá fazer algumas modificações em sua rotina a fim de prevenir a osteoporose. As principais delas são parar de fumar e reduzir a ingestão de bebida alcóolica, caso seja usuário destes dois.
Também é importante estar mais atento ao uso indiscriminado de determinados medicamentos (listados anteriormente no item “causas da osteoporose”) e aos locais que oferecem maior risco de quedas (como degraus e pisos escorregadios).
Tratamento
A osteoporose não tem cura, mas é importante ressaltar que um diagnóstico de osteoporose não é sinônimo de fratura óssea no futuro. Ou seja, não é porque alguém tem uma densidade óssea reduzida que irá necessariamente sofrer com um problema ósseo mais severo.
Além de uma atenção maior às quedas e traumas mecânicos em geral, é possível modificar hábitos e também utilizar medicamentos para controlar a progressão da doença e prevenir complicações futuras.
O tratamento da osteoporose envolve o fortalecimento dos ossos através da prática de exercícios e o consumo de alimentos ricos em cálcio. Em casos em que já houve um diagnóstico de osteopenia, o médico poderá prescrever medicamentos para evitar a progressão da doença.
Para homens e mulheres com maior risco de fratura (determinado pela análise dos exames de densitometria óssea), os remédios para osteoporose mais utilizados são:
- Suplementos para repor cálcio e vitamina D;
- Bifosfonatos (alendronato, risedronato, ácido zoledrônico);
- Raloxifeno (medicamento que apresenta as mesmas propriedades do estrogênio no organismo);
- Teriparatida injetável (reduz o risco de fraturas ósseas);
- Ranelato de estrôncio (aumenta a formação óssea);
- Calcitonina (impede um aumento exagerado nos níveis de cálcio na circulação);
- Denosumab (conhecido comercialmente como Prolia): reduz a absorção e estimula a formação do tecido ósseo;
- Tibolona (reduz a perda óssea na pós-menopausa);
- Estrogênio: apesar de ser até recentemente um dos principais tratamentos para a osteoporose, a reposição hormonal tem sido alvo de controvérsias por estar relacionada a um aumento no risco de doenças cardiovasculares e câncer de mama.
Dicas
- Mesmo na ausência dos sintomas da osteoporose, é recomendável que você procure um médico se estiver passando (ou tenha acabado de passar) pela menopausa, ou então tenha feito uso de medicamentos corticoides por longos períodos;
- O cálcio não é o único mineral indispensável para a formação dos ossos. O corpo também necessita de potássio, magnésio, fósforo, zinco e silício para poder manter a saúde óssea. Fontes destes minerais incluem banana, tomate, peixes, batata, abóbora, espinafre, iogurte, figo seco, couve, amêndoas, arroz integral, laranja, uva passa, soja e semente de abóbora;
- Certifique-se de incluir na sua alimentação pelo menos duas porções semanais de algas marinhas. O alimento tradicional da culinária asiática é uma excelente fonte não apenas de cálcio mas também de ferro, potássio, cobre, magnésio, potássio e zinco;
- Embora ainda não se saiba exatamente como o hábito de fumar aumenta o risco de osteoporose, é conhecido que fumantes têm um risco maior de desenvolver a doença. Faz sentido, portanto, que uma das dicas para evitar a osteoporose seja exatamente essa: deixe o cigarro de lado (sim, já foi dito anteriormente, mas a dica é tão importante que deve ser repetida);
- Algumas ervas podem ser utilizadas no tratamento da osteoporose. São elas a cavalinha (favorece a remineralização dos ossos), trevo vermelho, feno grego (fonte de cálcio) e a sempre noiva (fonte de silício);
- O consumo elevado de cafeína parece ser um fator de risco para a osteoporose, uma vez que o estimulante acelera a perda de cálcio através da urina. Por este motivo, pessoas que tenham maior predisposição à doença devem reduzir a ingestão de café, chocolate e chá verde;
- A partir dos 50 anos, recomenda-se fazer o exame de densitometria óssea anualmente.
Referências adicionais:
- http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/osteoporosis/basics/treatment/con-20019924;
- http://umm.edu/health/medical/reports/articles/osteoporosis;
- http://health.ucsd.edu/specialties/endo/osteoporosis/Pages/default.aspx;
- http://www.nhs.uk/Conditions/Osteoporosis/Pages/Introduction.aspx;
- http://www.niams.nih.gov/Health_Info/Bone/Osteoporosis/Conditions_Behaviors/bone_smoking.asp;
- http://nihseniorhealth.gov/osteoporosis/whatisosteoporosis/01.html;
- http://www.webmd.com/osteoporosis/;
- http://emedicine.medscape.com/article/330598-treatment