Oxalato – O que é, Alimentos Ricos, Dieta e Dicas
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Se você ou alguma pessoa próxima já teve pedra nos rins, é provável que já saiba o que são os oxalatos. O ácido oxálico, como também é conhecido, é um tipo de ácido orgânico encontrado em diversos tipos de plantas, incluindo muitos alimentos.
A presença do oxalato é comum em verduras, em alguns tipos de vegetais, no cacau e, consequentemente, no chocolate, em castanhas e também em sementes. Isso quer dizer que os oxalatos fazem parte da composição de muitos dos alimentos que consumimos diariamente.
O problema é que o oxalato está associado à formação de pedras nos rins e, por isso, muitas pessoas têm dúvidas e se perguntam se o oxalato pode ser uma substância prejudicial à saúde.
Por isso, vamos explicar abaixo um pouco mais sobre o que é o oxalato, quais são os alimentos ricos neste composto e também daremos algumas dicas de como evitar ter problema de pedras nos rins mesmo consumindo alimentos com oxalato em sua composição.
- Veja mais: 8 dicas de como prevenir pedras nos rins.
Mas afinal, o que é o oxalato?
Os oxalatos são substâncias encontradas naturalmente em diversos alimentos e fazem parte do funcionamento do metabolismo de plantas, animais e até mesmo no metabolismo dos seres humanos.
Esta substância é também produzida naturalmente pelo nosso corpo e o excesso é expelido através da urina, juntamente com outros compostos. O problema acontece quando o oxalato na urina encontra cálcio, já que eles podem se cristalizar e se transformar em oxalato de cálcio, substância sólida que pode gerar pedras nos rins.
Felizmente, a maioria das pessoas consegue expelir o oxalato e o oxalato de cálcio através da urina sem causar maiores problemas. No entanto, algumas pessoas que já têm predisposição a pedras nos rins ou consomem oxalato em excesso e bebem pouca água, podem sofrer de pedras nos rins por conta da combinação dos oxalatos com o cálcio.
Existem ainda pessoas que acabam absorvendo mais oxalato do que o normal e isso pode causar alguns problemas, entre eles as pedras nos rins. O oxalato em excesso vai ser levado para os rins, para ser expelido na urina. Isso pode causar dores ao urinar, dores genitais, fibromialgia, entre outros problemas.
Além disso, quanto maior for a taxa de absorção de oxalato, maiores as chances de ter pedra nos rins. Especialistas indicam que cerca de 80% das pedras nos rins são derivadas de oxalato de cálcio, por isso é tão importante entender como evitar este problema que pode causar tanta dor e incômodo.
Pedra nos rins
Em geral, pequenas quantidades de oxalato e cálcio estão presentes no sistema urinário, mas se mantêm dissolvidos sem se solidificar. No entanto, se o volume de urina for baixo, estes elementos podem se cristalizar e isso pode gerar as temidas pedras nos rins.
Isso pode acontecer principalmente com quem não toma muita água e tem predisposição à formação de pedras nos rins. O alto nível de oxalato no organismo também pode ser um fator decisivo, caso haja a predisposição.
Geralmente as pedras pequenas não causam muitos sintomas desagradáveis, mas as pedras maiores podem causar náusea, dores e até sangue na urina.
Existem outros tipos de pedras nos rins, mas as formadas por oxalato de cálcio são as mais frequentes, em cerca de 80% dos casos, como já adiantamos acima.
A restrição de alimentos que contenham oxalatos deve ser indicada por um médico especialista, já que o nosso próprio corpo também produz esta substância e é preciso fazer exames específicos para saber se o oxalato na urina é originário da alimentação ou não.
Alimentos ricos em oxalato
Os oxalatos aparecem em diversos alimentos naturais, por isso fizemos uma lista com os alimentos mais ricos em oxalato. São eles:
- Feijão;
- Beterraba;
- Chocolate;
- Cerveja;
- Café;
- Chá preto;
- Refrigerantes;
- Batata doce;
- Castanhas;
- Laranja;
- Folhas verdes escuras, como o espinafre e a couve;
- Alimentos à base de soja, como o leite de soja e o tofu;
Dieta baixa em oxalatos
Para quem possui tendência a ter pedras nos rins ou até mesmo quem já teve este problema, é importante se atentar para as quantidades de oxalato consumidas por dia, já que isso pode facilitar a formação das pedras.
Além disso, alguns especialistas afirmam que uma dieta baixa em oxalato pode melhorar os sintomas de outros problemas que pessoas que absorvem muito oxalato podem sofrer, como insônia, dor para urinar, dores nas articulações, asma, fibromialgia, fadiga crônica, entre outros.
Em geral, os especialistas recomendam que o consumo de oxalatos para estas pessoas não deve exceder a quantidade máxima de 50 miligramas do composto por dia.
Aqui vão algumas dicas para quem quer seguir uma dieta baixa em oxalatos pensando na prevenção das pedras nos rins:
- Cozinhe os alimentos ricos em oxalato em água fervente: ferver os alimentos pode reduzir em até 90% a quantidade de oxalato em sua composição.
- Beba muita água: você deve consumir minimamente 2 litros de água por dia, mas se você tem predisposição a ter pedras nos rins, aumente este valor para pelo menos 2 litros e meio.
- Se você sofre de pedras nos rins, aumente o consumo de cálcio, pois os oxalatos roubam o cálcio que você ingere. Tente consumir pelo menos 1 grama de cálcio diariamente. Boas fontes são queijo, iogurte, bok choy, brócolis, entre outros.
Limite o consumo de oxalato em no máximo 50 miligramas por dia. Alimentos baixos em oxalatos são:
- Maçã;
- Abacate;
- Melão;
- Ameixa;
- Pepino;
- Brócolis;
- Aspargos;
- Linhaça;
- Coco;
- Laticínios;
- Peixes;
- Ovos;
- Carnes (evite embutidos).
Dicas
Para a maioria das pessoas, o oxalato não deve ser uma preocupação, por isso, evitar estes alimentos naturais que podem ser ricos em oxalato não é uma boa ideia, já que eles oferecem também uma grande variedade de nutrientes essenciais para a nossa saúde.
No entanto, quem possui tendência a formar pedras nos rins deve sim ficar atento com o excesso no consumo de alimentos com oxalatos em sua composição. Neste caso, é importante consultar um médico ou nutricionista para indicar alimentos naturais que podem ajudar na prevenção da formação de pedras nos rins e para indicar qual é a quantidade permitida do consumo de alimentos que possuam oxalato em sua composição.
Referências adicionais:
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