Sal Marinho – O Que é, Benefícios e Diferenças Para o Sal Refinado

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Hoje barato e encontrado por toda parte, o sal já foi uma das principais commodities do mundo, sendo inclusive utilizado como meio de pagamento no antigo Império Romano. Desta época herdamos o termo “salário”, e a consideração por um dos elementos mais importantes para a vida.

Formado por cloreto de sódio, o sal que utilizamos não serve apenas para realçar o sabor dos alimentos: o mineral é essencial para o transporte de oxigênio e nutrientes para as células, além de participar dos processos que produzem a contração muscular e os batimentos cardíacos.

A nova onda fitness e o maior destaque dado à alimentação nos últimos anos trouxe outro tipo de sal para os holofotes: o sal marinho. Embora também seja formado por cloreto de sódio, o sal marinho não passa por processamento como o sal comum de mesa, e muitos acreditam que o sal marinho é melhor que o sal refinado. Será que essa afirmação procede ou o sal marinho é apenas mais um alimento da moda?

Tipos de sal

Todo sal que utilizamos na alimentação é composto por dois elementos básicos, cloro e sódio, e se encaixa em quatro tipos principais: sal de cozinha (que conhecemos como refinado), sal marinho, sal de rocha e sal kosher.

– Sal Marinho

Obtido a partir da evaporação da água do mar, o sal marinho não contém aditivos químicos e não passa por processo de refinamento. Assim, mantém todos os microminerais e nutrientes que costumam ser removidos durante o processo de secagem e refino utilizado para produzir o tradicional sal de mesa.

E é exatamente por não sofrer nenhum tratamento térmico ou químico que o sal marinho mantém sua coloração natural, que pode ser cinza, preto, rosa ou até mesmo branca.

O sal grosso utilizado para churrasco é um tipo bastante comum de sal marinho que passou por processo de moagem (procedimento que apenas reduz o tamanho dos cristais de sal), mas não por tratamento químico.

– Sal Refinado

Produzido com o próprio sal marinho ou então através mineração de jazidas subterrâneas formadas milhões de anos atrás por atividade tectônica, o sal refinado passa por uma série de etapas que reduzem o valor nutritivo do alimento.

Este tipo de sal passa por processo de secagem em temperaturas elevadas e recebe agentes antiaglomerantes (como o aluminosilicato de sódio) que permitem que o produto “corra solto” no saleiro.

O refinamento do sal leva à perda de uma série de nutrientes (pelo menos 84 minerais traço) e algas microscópicas que fixam o iodo natural (mineral necessário para o funcionamento adequado da tireoide). Por este motivo, o sal de mesa necessita de um acréscimo de iodeto antes de chegar ao consumidor final.

– Sal de Rocha

Assim como o sal marinho, o sal de rocha não é refinado, mas pode conter impurezas não-comestíveis. Apesar disso, é utilizado em receitas de sorvete caseiro para reduzir a temperatura de fusão durante o preparo do alimento – ou seja, para impedir que o sorvete derreta rapidamente.

O sal de rocha também é empregado para descongelar estradas e calçadas em países mais frios.

– Sal Kosher

Apesar do nome, o sal kosher não é exatamente kosher (termo utilizado para alimentos que obedecem a lei judaica), mas pode ser utilizado para preparar alimentos que podem ser consumidos pelos que seguem o Judaísmo.

O uso mais comum para o sal kosher é no preparo de carnes kosher, uma vez que os cristais maiores facilitam a remoção de sangue do alimento. A textura mais grossa do sal kosher também o torna uma boa opção para finalizar pratos (como é possível ver na foto acima, este tipo de sal se apresenta na forma de “flocos”).

Outra particularidade deste tipo de sal é que ele não é acrescido de iodo como o sal refinado.

Definição

É importante ressaltar que nem todo sal marinho é extraído a partir da água do mar (é claro que um dia estes depósitos e minas de sal fizeram parte do oceano).

O sal rosa do Himalaia (foto acima) é um exemplo de produto que, embora não seja retirado diretamente do mar (é extraído de depósitos milenares nas cadeias de montanhas do Himalaia), é considerado um sal marinho.

A definição mais comum para o sal marinho é de um sal que não passou por processamento e por isso mantém seu valor nutritivo e as características originais de sabor, textura e coloração.

Propriedades

O sal marinho é composto basicamente por:

Diferenças do Sal Marinho para o Sal Refinado

Agora que já sabemos o que é o sal marinho, vamos enumerar as principais diferenças entre ele e o sal refinado:

Qual sal devo escolher?

Os entusiastas da alimentação saudável e os fabricantes de sal marinho afirmam que este é nutricionalmente superior ao sal refinado.

De fato, o sal marinho preserva mais microminerais que o sal de mesa, mas de acordo com a Mayo Clinic dos Estados Unidos, essa quantidade seria insuficiente para fazer tanta diferença assim.

Se esse é um ponto que pode gerar controvérsia, o fato do sal refinado conter uma série de aditivos não está sob dúvida. Soma-se a isso as altas temperaturas a que é submetido o sal das minas e o que temos é um produto altamente processado.

Não se trata de dizer que o sal marinho é melhor que o sal refinado, mas sim que ele tem vantagens em relação ao alimento habitualmente consumido nas mesas brasileiras. Há de se levar em consideração também o fato do sal marinho conter menos sódio quando comparado com o mesmo volume de sal refinado.

Assim, é possível ingerir menos sódio com o sal marinho, além de obter um produto mais natural e próximo ao que consumiam nossos antepassados.

Portanto, se tiver que escolher, vá com o marinho, lembrando-se no entanto de que ambos devem ser consumidos com moderação. Em excesso, o sal marinho pode trazer os mesmos riscos à saúde que o sal refinado: hipertensão, complicações cardíacas, osteoporose, pedra nos rins, inchaço e insuficiência renal.

Benefícios do Sal Marinho

Um adulto tem cerca de 250 gramas de sal em seu corpo, e podemos afirmar que a falta do mineral pode ser tão prejudicial para o corpo quanto o excesso do mesmo. Ou seja: ainda que seu consumo deva ser moderado, o sal marinho tem muito espaço no seu cardápio. Confira por quê:

1. Ajuda a manter o balanço eletrolítico

Como já vimos anteriormente, o sal marinho contém cerca de 80 minerais e nutrientes essenciais que são literalmente indispensáveis para a manutenção do equilíbrio eletrolítico no organismo. E para que serve esse balanço?

Uma estabilidade nos níveis de minerais que conduzem a eletricidade (como o sódio) é necessária para garantir a transmissão de informação entre o cérebro e as células nervosas, o que por sua vez influencia:

2. É importante para atletas

Praticantes de atividade física devem prestar bastante atenção ao seu consumo diário de sal, pois uma deficiência do mineral pode causar câimbras durante exercícios intensos.

Isso porque o sódio tem um papel importante na comunicação entre o sistema nervoso e o tecido muscular para controlar os movimentos do músculo.

Antes que uma contração muscular possa ocorrer é necessário que o sódio entre nas células nervosas e dê início à transmissão de um pequeno sinal elétrico. Ao “notarem” este sinal, as fibras musculares se encurtam e contraem.

Sem sódio em nosso corpo não seríamos capazes de manter a postura, caminhar, correr, fazer musculação, ou mesmo manter os batimentos cardíacos durante o treino.

3. Tem menos sódio quando se compara com o mesmo volume de sal refinado

Quem está acostumado a consumir sal pelo volume (uma pitada, meia colher, etc.) pode acabar consumindo menos sódio do que o habitual. Como por exemplo, uma colher de sal rosa do Himalaia contém menos sal do que o sal convencional, é possível terminar o dia com um consumo menor do mineral.

Apenas há de se tomar cuidado para não colocar sal a mais nos pratos, uma vez que o sal marinho é menos “salgado” que o sal refinado (este é mais concentrado).

4. Favorece a saúde renal

Brasileiros estão consumindo quase duas vezes mais sal do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Como resultado, problemas como insuficiência renal e pedras nos rins tornam-se cada vez mais comuns.

Com teor menor de sódio, o sal marinho acaba sendo uma melhor opção para manter o balanço eletrolítico sem sobrecarregar os rins.

5. Alcaliniza o corpo

Cientistas já sabem que muitas doenças – entre elas o câncer – necessitam de um ambiente ácido para se desenvolverem.

O sal marinho pode ajudar a combater o risco de desenvolvimento de uma série de condições porque promove a alcalinização dos fluidos corporais – efeito contrário ao do sal refinado, que foi exposto a altas temperaturas e recebeu uma série de ativos químicos.

6. Regula as taxas de glicose no sangue

O sódio facilita a absorção de glicose pelas células, efeito que colabora para a manutenção de níveis adequados de açúcar no sangue e reduz a necessidade de insulina.

Temos então que o sal (em pouca quantidade) é um aliado de quem está com risco elevado para ou então sofre de diabetes.

7. Depressão

O sal marinho pode ser eficaz no tratamento de quadros de depressão porque ajuda a preservar duas substâncias que melhoram o controle do estresse – a serotonina (neurotransmissor associado ao bem estar) e a melatonina (hormônio indispensável para uma boa noite de sono).

Estudos demostraram que ratos com deficiência de cloreto de sódio se afastam das atividades das quais gostavam anteriormente. E um dos principais sinais de depressão é exatamente este: perder o interesse em atividades que antes traziam satisfação.

8. É aliado da pele

O sal marinho serve também para melhorar a saúde da pele. Um banho com o sal natural pode ajudar a melhorar desde condições mais simples, como pele seca e coceiras, até problemas mais sérios como psoríase e eczema.

E como abre os poros, o banho de sal marinho melhora a circulação de sangue na pele e reidrata o tecido, favorecendo não só a parte estética como também ajudando-o a se curar.

9. Osteoporose

Quando nada menos que 25% da concentração total de sódio do corpo se encontra nos ossos, fica fácil entender porque o sal marinho pode auxiliar no combate à osteoporose. Na deficiência do mineral, o organismo é obrigado a retirar sódio dos ossos, favorecendo o surgimento da osteoporose.

Mas não exagere, pois o excesso de sódio na alimentação pode ter efeito contrário, acelerando o desenvolvimento da condição. Isso ocorre porque o sódio estimula a excreção de sódio na urina, efeito que pode levar ao enfraquecimento ósseo.

10. Asma

Existem indícios de que o sal marinho pode ser eficiente na redução de inflamações do sistema respiratório. Como resultado, há uma menor produção de muco e a respiração pode voltar ao normal.

Há quem diga inclusive que colocar alguns cristais de sal marinho na língua logo após tomar um copo de água pode ser tão eficiente quanto usar um inalador.

Ainda que não funcione, tal técnica tem a vantagem de não trazer efeitos colaterais (quando o sal é utilizado com moderação) como os medicamentos antiasmáticos.

11. Peso

Esse é um dos benefícios do sal marinho que pouca gente conhece. Em excesso, o sódio promove retenção de líquidos e pode causar uma percepção de ganho de peso.

Já uma quantidade moderada do mineral pode, no entanto, ter efeito oposto, já que muitos dos minerais do sal marinho participam da composição de sucos gástricos.

Um sistema digestivo que funciona adequadamente evita que os alimentos se acumulem no intestino – problema que pode causar inflamações e facilitar o acúmulo de quilos extras.

Além disso, as células da parede intestinal necessitam de sal para poder fazer uma melhor absorção dos nutrientes que ingerimos através da alimentação.

Quantidade diária

O consumo diário de sódio para um adulto é de no máximo cinco gramas (ou aproximadamente 2.300 mg de sódio).

Pessoas com mais de 51 anos ou que tenham histórico de complicações cardiovasculares devem ingerir menos da metade dessa quantidade por dia.

E lembre-se: não é porque o sal marinho faz bem à saúde que significa que seu consumo está liberado. Na verdade, todos os tipos de sal devem ser consumidos com parcimônia a fim de evitar complicações de saúde.

Onde encontrar

Você pode encontrar o sal marinho nas lojas de produtos naturais ou mesmo na seção de alimentos funcionais dos supermercados. Fique atento aos rótulos: caso existam conservantes, aglutinantes ou agentes branqueadores na lista de ingredientes, não é o sal marinho verdadeiro.

Algumas lojas podem comercializar o produto como “sal integral” ou mesmo “flor de sal”, mas ambos se referem ao sal marinho que não passou por processo de refinamento.

Preço

O preço do sal marinho pode variar bastante de um tipo ou marca para outro, mas é possível encontrar o produto por preços que começam a partir de R$12,00 o quilo.

Com preço bem mais salgado, o sal do Himalaia está à venda por aproximadamente R$50,00 o quilo.

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