Zoloft Engorda ou Emagrece?
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Enquanto algumas pessoas são extremamente preocupadas com a saúde e questionam os seus médicos quanto aos efeitos colaterais dos remédios receitados e não deixam de ler as informações presentes na bula mesmo depois de ouvir as informações, outros não são tão cuidadosos assim e simplesmente tomam o medicamento sem fazer qualquer tipo de questionamento ou buscar conhecer mais sobre a substância.
Por mais que o primeiro grupo citado possa ser considerado um tanto quanto chato, a atitude deles é correta. Isso porque ao ter tamanho cuidado, essas pessoas passam a conhecer o efeito que o remédio que utilizarão poderá trazer e podem se preparar para o que está por vir. Já os que não fazem isso podem acabar tendo uma surpresa desagradável ao fazer uso do produto, principalmente se ele for comprado sem a recomendação médica, em um ato de automedicação.
Vamos então dar uma ajuda para os usuários do medicamento Zoloft, sejam eles do primeiro ou segundo grupo, e trazer algumas informações sobre ele. O que é? Quais seus efeitos colaterais? Será que o Zoloft engorda ou emagrece? Confira a seguir:
O que é Zoloft?
Disponível no formato de comprimidos revestidos de 50 mg, em embalagens de 10, 20 ou 28 comprimidos, e de 100 mg, encontrado na caixinha com 14 comprimidos, Zoloft é um antidepressivo que pertence ao grupo dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS).
Também conhecido pelo nome de Sertralina, que é a sua substância ativa, o remédio é utilizado no tratamento de sintomas de depressão e em casos de depressão acompanhada por sintomas de ansiedade nos pacientes com ou sem histórico de mania (distúrbio mental caracterizado por humor anormal).
A substância ainda é usada em casos de transtorno obsessivo compulsivo (TOC), em adultos e crianças, transtorno do pânico com ou sem a presença de agorafobia (distúrbio de ansiedade, em que a pessoa sente medo de andar na rua, sair sozinho de casa e tem a necessidade de estar com alguém ao lado que lhe dê segurança), transtorno do pânico, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), sintomas de síndrome da tensão pré-menstrual (STPM), do transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM, uma variação da TPM mais intensa caracterizada pela oscilação de humor) e fobia social – também chamada de transtorno da ansiedade social.
A Sertralina age nas substâncias químicas presentes no cérebro, que quando se encontram desequilibradas trazem os problemas que mencionamos acima.
Zoloft engorda?
Um dos efeitos colaterais citados na bula da substância é o aumento de peso, então podemos concluir que Zoloft engorda em alguns casos mesmo.
Outro ponto que reforça essa ideia é que o aumento do apetite também é uma das reações adversas promovidas pelo medicamento. Assim, ao sentir mais fome, a pessoa poderá comer com maior frequência, acumular uma quantidade mais alta de calorias em seu corpo e ganhar quilos a mais.
Há ainda a astenia, que é a perda ou diminuição da força física, também chamada de fadiga. Tal reação pode fazer com que o paciente se torne uma pessoa menos ativa, realizando um menor número de atividades físicas e, por consequência, gastando um número mais reduzido de calorias.
Juntando esses três fatores, podemos concluir que o contexto dos efeitos colaterais do remédio deixa o aumento de peso como algo propício aos seus usuários.
Entretanto, é importante registrar que não é somente porque uma pessoa está ingerindo Zoloft que ela necessariamente engordará. Isso porque tanto o efeito de aumento de peso quanto o de elevação de apetite e o de astenia estão identificados como uns dos que foram relatados espontaneamente por pacientes que fizeram uso do produto, categoria em que a informação da frequência da reação não é conhecida. Assim, apenas sabemos que o aumento de peso pode acontecer, mas não temos certeza que as chances que isso ocorrerá são grandes.
Além disso, na mesma categoria de efeitos colaterais, a perda de peso também está listada. Ou seja, também existem relatos de que o Zoloft emagrece para algumas pessoas.
De qualquer forma, é importante manter uma alimentação saudável e equilibrada enquanto estiver fazendo o uso do medicamento. Assim, se o efeito observado for o aumento de peso ou de apetite, ele poderá ser amenizado por uma dieta controlada, sem exagero no número de calorias consumidas e com itens que promovam a sensação de saciedade ao organismo.
Da mesma maneira, uma alimentação de qualidade poderá sustentar melhor o organismo do usuário caso ele venha a sofrer com o aumento de peso. Ao ter uma dieta em que o corpo recebe os nutrientes que ele necessita para funcionar direito, ele poderá não sofrer tanto com as perdas decorrentes de um emagrecimento desnecessário ou imprevisto.
E é claro que as pessoas que precisam engordar mas não sofrem com nenhum dos casos indicados para o uso do remédio, não devem utilizá-lo apenas porque o Zoloft engorda. E o mesmo vale para quem deseja emagrecer. Isso porque existem outras formas mais seguras e eficientes de engordar e de emagrecer, como a reeducação alimentar, além do fato de que o medicamento pode trazer diversos outros efeitos colaterais.
Outros efeitos colaterais
Além do aumento de peso, da elevação do apetite, da astenia e da redução de peso, Zoloft pode trazer os seguintes efeitos colaterais:
- Diarreia;
- Fezes amolecidas;
- Boca seca;
- Dispepsia – sensação de desconforte digestivo, peso na região da barriga, que costuma acontecer depois das refeições;
- Náusea;
- Anorexia;
- Tontura;
- Sonolência;
- Tremor;
- Insônia;
- Disfunção sexual;
- Aumento da sudorese (transpiração);
- Leucopenia – diminuição da quantidade de leucócitos (glóbulos brancos, que atuam na defesa do organismo contra infecções e doenças) no sangue;
- Trombocitopenia – quantia reduzida de plaquetas no sangue;
- Palpitação;
- Taquicardia;
- Prolongamento do intervalo QT e QTc no eletrocardiograma – prolongamento do índice que representa a duração da contração cardíaca, assim como o aumento desse índice corrigido. Quando há esse prolongamento, sintomas como tontura, síncope ou taquicardia podem ser observados;
- Torsade de pointes – um tipo de arritmia identificada no eletrocardiograma;
- Zumbido no ouvido;
- Hiperprolactinemia – aumento no nível do hormônio prolactina, o que causa problemas reprodutivos;
- Hipotireoidismo;
- Síndrome de secreção inapropriada do hormônio antidiurético (ADH);
- Midríase – dilatação da pupila;
- Visão anormal;
- Dor abdominal;
- Pancreatite;
- Constipação;
- Vômito;
- Dor no peito;
- Edema periférico – inchaço nos pés, tornozelos e pernas;
- Febre;
- Mal-estar;
- Hepatite;
- Icterícia – amarelado na pele, nos olhos ou nas membranas mucosas;
- Disfunção hepática;
- Elevações assintomáticas das transaminases hepáticas – sintoma de alteração hepática;
- Reação alérgica;
- Alergia;
- Reação anafilática;
- Aumento do colesterol total (tanto o ruim, LDL, como o bom, HDL);
- Diabete mellitus;
- Hiponatremia – quantidade baixa de sódio no sangue;
- Hiperglicemia;
- Hipoglicemia;
- Artralgia – dor articular;
- Cãibras;
- Coma;
- Convulsões;
- Espasmos;
- Enxaqueca;
- Distúrbios motores;
- Contrações musculares involuntárias;
- Parestesia – sensação anormal na pele;
- Síncope;
- Sinais e sintomas associados à síndrome de serotonina como agitação, confusão, febre e taquicardia;
- Agitação;
- Ansiedade;
- Sintomas de depressão;
- Euforia;
- Alucinações;
- Diminuição da libido em homens e mulheres;
- Paroníria – perturbação no sono;
- Psicose;
- Enurese – perda involuntária de urina durante o sono;
- Incontinência urinária;
- Retenção urinária;
- Galactorreia – produção de leite em mulheres que não estão amamentando os seus filhos ou em homens;
- Ginecomastia – crescimento da mama em homens;
- Irregularidade na menstruação;
- Priapismo – ereção que dura um longo tempo, podendo chegar a mais de quatro horas, dolorosa e que pode estar associada ou não à atividade sexual;
- Bocejo;
- Alopecia – perda de pelo ou cabelo;
- Angioedema – alergia similar à urticária que ocorre nas camadas mais profundas da pele;
- Edema facial;
- Edema periorbital – inchaço no tecido ao redor dos olhos;
- Foto sensibilidade na pele;
- Prurido – coceira ou comichão;
- Púrpura – aparecimento de manchas roxas na pele, órgãos e membranas mucosas;
- Erupção cutânea;
- Urticária;
- Sangramento anormal;
- Rubor;
- Hipertensão;
- Fratura óssea.
Cuidados e contraindicações
É necessário apresentar e deixar a receita com a farmácia ou drogaria ao comprar o medicamento. Assim, você só deve adquirir e utilizar o remédio se ele for prescrito pelo seu médico e deve obedecer as recomendações dele quanto à dosagem e frequência de sua ingestão.
Zoloft não pode ser consumido por pessoas que sofram com hipersensibilidade à sertralina, por mulheres gestantes ou em período de amamentação de seus filhos e por pacientes que tenham crises de convulsão, constipação, disfunção hepática, disfunção erétil, histórico de mania ou perda de peso.
Ele também não deve ser usado por quem estiver fazendo o uso de inibidores de monoaminoxidase (IMAO). usados para tratar alguns tipos de depressão, ou de pimozida – utilizado em casos de esquizofrenia crônica e síndrome de Tourette (distúrbio caracterizado por tiques motores ou vocais).
Em qualquer um desses casos, não deixe de informar ao seu médico para que ele saiba que você não pode utilizar o medicamento. O mesmo serve em relação aos efeitos colaterais: ao experimentá-los, informe o profissional responsável pelo seu tratamento, para que ele indique o que deve ser feito em relação ao problema ou se o uso de Zoloft deve ser interrompido ou finalizado.